quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

InSight, 2011



Visão do Crime (InSight, 2011) tem um trailer oficial que nos remete a mais um filme de suspense com sobrenatural, mas a história não é bem essa.

Não posso deixar de comentar a incrível preguiça dos distribuidores que dão os títulos em português para os lançamentos aqui no Brasil... Visões de Um Crime, Visão do Crime, Visão da Morte, A Versão do Crime... Falta de criatividade, desleixo ou incompetência?

InSight trata da tensa situação enfrentada por uma jovem enfermeira ao atender uma moça supostamente atacada por um bandido.


Tendo sofrido uma crise nervosa recentemente, a enfermeira Kaitlyn (Natalie Zea) sensibiliza-se com as últimas palavras da jovem atendida na emergência do hospital, passando, a partir de então, a buscar maiores esclarecimentos sobre o ataque sofrido pela garota.

À medida que ela avança nas investigações por conta própria, os acontecimentos ficam cada vez mais nebulosos, comprometendo a atenção que ela precisa dar à sua mãe (Veronica Cartwright, perfeita), que se encontra num delicado tratamento de câncer, e aos seus deveres profissionais.

Incomodado com a presença descontrolada da moça no caso, o detetive Peter Rafferty (o talentoso Sean Patrick Flanery) passa a observá-la e a repreendê-la pelas sucessivas interferências que ela faz nas investigações. Seguindo o velho clichê, ele, um policial que não deu certo no último envolvimento, ela, uma mulher carente e perturbada, terminam por se envolver afetivamente. E é neste relacionamento mais próximo que o detetive vê os fatos tomarem um rumo inesperado.

Neste mediano filme, a bonita atriz Natalie Zea (do seriado de TV Justified, 2010-2011) consegue se sair bem com sua ambígua personagem, criando algumas cenas de tocante emoção.

Ainda no elenco, o conhecido Adam Baldwin (que não tem parentesco com os demais Baldwins), do seriado Chuck (idem, 2007-2012), Thomas Ian Nicholas (da trilogia inicial de American Pie, 1999, 2001, 2003) e o sempre histriônico Christopher Lloyd.

Sem muitas expectativas, o filme é um bom entretenimento.


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Brincadeira Mortal

O diretor inglês Stephen Frears, que ganhou o mundo cinematográfico com seus instigantes trabalhos promovidos nos Estados Unidos, tinha uma discreta carreira em seu país de origem quando realizou este bom exemplar de drama psicológico.



Brincadeira Mortal (Bloody Kids, 1979), que foi intitulado One Joke too Many nas salas norte-americanas, aborda a perversidade que se apresenta em pessoas aparentemente ingênuas. E, neste caso, a proposta se potencializa pelo fato de a maldade vir de uma criança com pensamentos incógnitos.

Dois garotos resolvem chamar a atenção de adultos, simulando uma briga em local público, com a intenção de provocar e testar a reação das pessoas. Porém, durante a luta combinada, um deles acaba se ferindo gravemente, sendo levado para um hospital. Ao invés do acidentado esclarecer que se tratava de uma brincadeira, ele se mantém na condição de vítima, instaurando uma dúvida sobre sua obscura personalidade.

Sem ser inocentado pelo amigo, o outro garoto passa a ser perseguido pela polícia, enveredando-se em agonizantes ruas escuras que contrastam com as cores berrantes, por muitas vezes rubras, que predominam em outros momentos do filme.

O ponto forte da história é exatamente a inversão do jogo, pois o garoto mais esperto e insolente fica refém da palavra de seu amiguinho menos articulado, sendo atirado no ridicularizado mundo de adultos, cercado de riscos e apreensão.




Perturbador...

OivalF no Cinema é o vencedor do Top Blog 2011



O OivalF no Cinema, de meu amigo Flávio Júnio, foi o vencedor do Top Blog Brasil 2011, na Categoria Arte e Cultura.

Tendo concorrido com blogs de todo país, o OivalF ficou entre os três finalistas que participaram da  Cerimônia de Premiação realizada em São Paulo.

E o troféu de primeiro lugar foi entregue ao Flávio no dia 17 de dezembro de 2012.

Conheçam o blog e entendam a razão do merecido reconhecimento.

E pensar que na era pré-internet a gente trocava revistas para debater sobre assuntos de cinema, não é, Flávio?

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Faces in the Crowd, 2011

"I just have to close my eyes and listen. And you too are going to have to learn to find your inner music. Everyone always goes on about sight, hearing, smell. But there's another sense. A hidden one." 



O argumento de Visões de Um Crime (Faces in the Crowd, 2011) acerta em nos apresentar uma protagonista com uma desordem neurológica que a impede de visualizar detalhes de algo que põe sua vida em risco. O título em português não poderia ter sido mais infeliz e desleixado, considerando que já há uma outra produção (péssima por sinal) com este nome e que a escolha pouco se relaciona com o mote principal do filme. 

A interessante Milla Jovovich, acostumada a papéis de mulheres valentes, neste filme, interpreta Anna Marchant, uma professora de escola infantil, que, após uma noite de balada com suas amigas, resolve retornar para casa sozinha e por um caminho sombrio. A razão de uma moça bela e frágil optar por um retorno tão perigoso, ainda mais com recentes notícias de um assassino psicopata à solta, é apenas um dos vários pontos do roteiro preguiçoso de trama. Ingenuidade é pouco...

O assassino em questão é chamado de Tearjerk Jack pelo fato de deixar lágrimas nos corpos das mulheres que ele estruprava e estrangulava. E não é que Anna presencia o final de um estupro seguido de estrangulamento ao atravessar uma ponte? Assustada, ela procura sair do local sem ser notada, mas seu celular toca e chama a atenção do serial killer.



A garota foge, mas é alcançada e derrubada pelo assassino furioso. Na luta, sendo pressionada sob a grade de proteção da ponte, Anna se desequilibra e bate a cabeça numa barra de ferro, caindo, em seguida, nas águas geladas do rio.

Resgatada por um mendigo, ela acorda num hospital e leva o maior susto com os presentes falando seu nome. Ela não conhecia nenhum deles. Então, lá íamos nós para mais uma história de vítima que sobrevive a um ataque e desenvolve amnésia... Mas não era bem isto.

A batida na cabeça atingiu uma parte do cérebro de Anna,  conhecida como Lobo Occiptal, o que a fez desenvolver uma rara doença, que atinge somente a 2% da população. Esse distúrbio se chama prosopagnosia, uma junção das palavras gregas prosopo (rosto) e agnosia (sem conhecimento). Com isto, nossa protagonista havia perdido a capacidade de identificar o rosto das pessoas, inclusive o seu.


A princípio, Anna reluta com o fato de ter adquirido um problema irreversível, mas acaba sem saída ao se ver diante de dúvidas e dificuldades para resolver suas limitações. Entre os vários percalços, ela se vê impotente ao não conseguir um mecanismo para identificar seus próprios alunos.

Neste trecho do filme, em que a mocinha marca consulta com uma psiquiatra meio aloprada, temos o momento mais poético e significativo da proposta inicial do longa. A excêntrica médica (Marianne Faithfull) propõe à Anna que ela procure outras formas de identificar as pessoas, buscando características que não estivem restritas a um rosto. São gestos, perfumes, roupas, cabelos, vozes, um conjunto de itens que ela deveria se concentrar para se sair melhor na sua nova condição. Ela teria de aprender sua própria música, sua forma de administrar seu complexo e novo mundo.

Outro acerto na concepção do filme é a utilização de vários atores para interpretação do papel do marido de Anna, aproximando-nos de parte das inquietações e das dúvidas que cercavam a personagem.



A parte de investigação dos assassinatos é um caso à parte e só serve para empregar um clima mais tenso à história. Em sua necessária contribuição nas investigações, afinal ela era a única testemunha viva que esteve próxima ao Tearjerk Jack,  Anna é tachada de esnobe e requintada pelo policial que a recebe. O homem rude e sem tato, interpretado por Julian McMahon (de Quarteto Fantástico/Fantastic Four, 2005), não aceita as justificativas dadas por Anna para sua impossibilidade de reconhecer os homens nas fotos do arquivo policial. Entre idas e vindas, a professora e o policial acabam desenvolvendo uma ligação de cumplicidade e carinho.

Dando sequência à sua vida, Anna passa por momentos de descobertas e superação, intermediados por situações embaraçosas e apreensivas. Assim como Anna, o público também fica sem saber se ela estava na companhia de seu marido, de algum policial ou do assassino...


Para instaurar um link imediato entre a parte dramática e as sequências de suspense do filme, o roteiro nos retorna às palavras da psiquiatra de Anna. Ela deveria encontrar sua própria música para poder se orientar diante das situações de incerteza...




domingo, 11 de dezembro de 2011

Um Bonde Chamado Desejo


"Um Bonde Chamado Desejo" (A Streetcar named Desire, USA, 1951), dirigido por Elia Kazan, é baseado na peça teatral homônima de Tennessee Williams, que foi um grande sucesso da Broadway.

Na adaptação para o cinema, os produtores inicialmente quiseram que a mesma atriz do sucesso teatral (Jessica Tandy) repetisse o papel no cinema, porém as questões comerciais, quase sempre presentes na tela grande, falaram mais alto. Havia necessidade de se contratar uma atriz que garantisse público e, por conseguinte, retorno de bilheteria. Desta forma, convidaram a estrela Vivien Leigh para assumir a complexa personagem Blanche DuBois.

Bom para o público e ótimo para atriz, pois a inesquecível intérprete da Scarlett O'Hara de "E o vento levou..." (Gone With The Wind, 1939) teve, mais uma vez, a chance de brilhar no cinema

O longa ganhou quatro Oscars: Melhor Atriz (Vivien Leigh), Melhor Atriz Coadjuvante (Kim Hunter), Melhor Ator Coadjuvante (Karl Malden) e Melhor Direção de Arte, e ainda recebeu outras oito indicações: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Marlon Brando), Melhor Fotografia em Preto e Branco, Melhor Figurino em Preto e Branco, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som e Melhor Roteiro.
Blanche DuBois, a personagem central da trama, é uma mulher fina e bem criada, mas que passa por uma situação de decadência econômica e moral. O drama inicia-se quando Blanche vai visitar sua irmã Stella (Kim Hunter) que, ao contrário do restante da família, preferiu encarar os fatos e não viver de ilusão e lembranças do passado.
Ciente ou não da sua real situação financeira, Blanche continua a se comportar como uma mulher rica e não aceita o casamento de sua irmã com o grosseirão e viril Stanley Kowalski, interpretado pelo super astro Marlon Brando.


Nessa visita, Blanche acaba tendo vários embates com seu cunhado, num amontoado de alfinetadas, sarcasmos e ofensas.

Apesar da repulsa que um sente pelo outro (ela o acha pobre e vulgar, ele a considera fútil, velha e desequilibrada), a tensão sexual entre os dois é crescente.

Entre os desentendimentos e os poucos momentos aprazíveis (Stanley tinha uma turma de amigos muito divertida), Blanche fala de seu primeiro namorado, o grande amor de sua vida, de forma um pouco desconexa. No entanto, num momento de tensão, ela acaba por revelar à sua irmã que tudo terminou de forma trágica*.



Poético, duro e reflexivo como quase todos os outros textos de Tennessee Williams.

Notas:


Quando assisti ao filme, fiquei sem entender parte dos motivos que levaram a personagem de Leigh a um estado de devaneio e histeria. Posteriormente, assistindo a uma peça teatral, que teve Leona Cavalli e Milhem Cortaz (excelente ator, mas um pouco inadequado para o personagem) nos papéis principais, entendi muita coisa, pois eles não pouparam as revelações que foram omitidas no filme.
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Existe uma versão feita para TV, tendo a talentosa Jessica Lange (sempre eficaz em papéis de mulheres histéricas), no papel de Blanche, e o canastrão Alec Baldwin, interpretando Stanley. Não entendam o uso desse termo para Alec como uma ofensa, pois eu gosto muito de atores canastrões. Particularmente, achei que a versão ficou ótima, devendo também ser conferida.

domingo, 27 de novembro de 2011

O Mundo Dentro dos Estúdios



O aprimoramento cada vez mais supreendente da tecnologia tem facilitado as idas e vindas das equipes de cinema e de produções para TV. Se antes eram perceptíveis (e risíveis) as projeções de fundo de tela e o recurso do chroma key, hoje, a computação gráfica pode colocar os atores e os objetos de cena onde ela bem quiser, sem nos dar a possibilidade de identificar que se trata de uma manipulação de imagens. Eu digo pode porque nem toda produção tem a possibilidade de contratar uma renomada empresa de CGI.

A arte gráfica por si só não garante o sucesso na legitimidade do efeito. O uso ou não do CGI não determina êxito no resultado final da imagem. Existem dublês digitais mal concebidos em filmagens recentes, o que tira parte do crédito da cena, assim como o emprego da técnica do chroma key muito bem concebida em filmes antigos, o que lhes garantem um lugar memorável em meio a tanta computação. Tudo vai depender do talento da equipe de criação. Como sempre, a figura do ser humano é fundamental para o sucesso de qualquer trabalho.  

O ofício tornou-se algo tão valioso e próspero que alguns atores e diretores rumaram para dedicação exclusiva ao CGI, tal como o ex-ator Dean Devlin, uma referência nessa arte em contínua evolução.

Hoje em dia, já se tornou comum alguns espectadores mais detalhistas aguardarem os créditos finais das produções para identicar a empresa responsável pelos efeitos visuais da produção.

Gande parte dos sitcons mais cultuados já se dão ao luxo de não colocar seus atores, objetos e equipe nas ruas para rodarem as cenas, podendo garantir despreocupação com os eventos climáticos e os bisbilhoteiros. E o público chega a pensar que eles estiveram naquela região, naquela avenida, naquele parque.

Em plena época de grandes corporações e avanços, já existem organizões que são contratadas pelos grandes estúdios somente para cuidar da parte dos efeitos especiais. É a terceirização e a quarteirização que chegaram com força total em quase todos os setores do mundo.



domingo, 20 de novembro de 2011

Elisabeth Shue entra em cena...


O vídeo desta postagem faz uma comparação da perfeita sincronia de uma cena que teve de ser refilmada, praticamente quadro a quadro, para que os espectadores não sentissem o impacto da ausência de dois atores envolvidos na produção.

A franquia De Volta para o Futuro (Back to the Future, 1985)  foi um grande sucesso cinematográfico que, à exceção da terceira parte (Back to the Future Part III, 1990), conseguiu garantir uma história linear e envolvente na segunda parte da trilogia.

Como se tratava de uma grande produção, o decurso de quase quatro anos entre o primeiro filme e a sua continuação (Back to the Future Parte II, 1989) trouxe problemas na escalação do elenco, pois Claudia Wells, que interpretou a namoradinha do herói, e Crispin Glover, que interpretou o pai do protagonista, não estavam disponíveis para reassumirem seus papéis.

Após obter favorável reconhecimento da crítica especializada pelo seu desempenho em Juventude Assassina (River's Edge, 1986), o talentoso Crispin Glover cobrou alto para reprisar o personagem George McFly e não conseguiu chegar a um acordo com os produtores. Ante o impasse, a equipe optou por substituir o ator pelo pouco conhecido Jeffrey Weissman, que se submeteu a uma sofrível caracterização carregada de maquiagem. A participação do pai foi significativamente reduzida nos filmes seguintes, causando alguns momentos embaraçosos, como tomadas distantes, cenas rápidas e citações em momentos nos quais o personagem poderia estar presente.


No caso de Claudia Wells, a atriz já havia feito testes de figurino e gravado umas poucas cenas quando teve a desagradável notícia de que sua mãe teria de se submeter a um rígido tratamento contra um  tumor malígno. Desestabilizada, a jovem solicitou afastamento da produção para acompanhar a mãe nesse momento delicado. Alguns sites de cinema contam que os produtores achavam a atriz fraca para convencer na cena em que a namoradinha jovem contracenava com ela mesma no futuro, razão pela qual não fizeram muita objeção ao desligamento da moça.


O problema é que os roteiristas estabeleceram que a primeira cena do segundo filme seria exatamente a última do primeiro, sendo necessária a presença da garota.

Para substituí-la, a produção convidou a estrela em ascensão Elisabeth Shue, que havia se tornado a nova queridinha americana após o surpreendente sucesso de Uma Noite de Aventuras (Adventures in Babysitting, 1987).




E não deu outra: a atriz provou sua eficiência e brilhou nas duas continuações. É uma pena que essa loira belíssima tem se envolvido em produções de gostos duvidosos recentemente. Porém, vez ou outra, ela dá o ar da graça em competentes filmes de estúdios menores, mostrando que a maturidade só lhe fez bem.

Na sequência, confiram a genialidade da equipe de produção da Parte II, que refilmaram com perfeição a última cena do primeiro filme, substituindo Claudia Wells e Crispin Glover por Elisabeth e Jeffrey (em uma curta aparição), respectivamente : - ).



Em tempo: notem como o sempre agradável Michael J. Fox (que atualmente sofre com o Mal de Parkinson) parece o mesmo garoto em filmagens feitas com 4 anos de diferença.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11-11-11


E o que é que eu fui fazer no cinema?

11-11-11 (idem, 2011) é uma produção norte-americana rodada na Espanha, que tem a ousadia de lançar um filme sem muito trabalho de divulgação prévia, encaixando sua estréia mundial num dia de numeração singular, a propósito, 11 de novembro de 2011.

Com essas referências e um elenco de atores pouco conhecidos, o que podia se esperar era mais um ícone do cinema barato e surpresa, tal como foram A Bruxa de Blair (Blair Witch Project, 1999) e Atividade Paranormal (Paranormal Activity, 2007).

E não foi nada disso.

11-11-11 é um filme B que não gasta muito com recursos visuais, tampouco com cenários arrojados, mas que tem o despudor de almejar sucesso com um suspense que ruma para o pré-apocalíptico.
 
Digamos que o filme seja o primo pobre de 2012 (idem, 2009), uma vez que sugere que a data pode abrir um portal e causar o fim do mundo.

Timothy Gibbs interpreta o famoso escritor que perdeu a esposa e o filho num incêndio e que não consegue se recuperar da dor. Recluso e depressivo, ele se tornou ateu e não tem entusiasmo algum pela vida. Com a notícia de que seu pai está nos últimos momentos de vida, ele precisa voltar à cidade onde foi criado, a magnífica Barcelona, e reencontra o irmão paraplégico que não vê há muitos anos. Ao contrário do escritor, o irmão e o pai são religiosos fervorosos que tentam depertar a fé em Deus no ente recém chegado.

Junto à família, o escritor começa a ter estranhas visões e encarar fenômenos que sempre trazem alguma referência ao número 11 11. À medida que os sinais vão ficando mais fortes e assustadores (ok, eu levei um ou dois sustos), o cara se vê numa desesperada busca por respostas num país em que ele não fala a língua, aguçando a sensação de apreensão e medo do desconhecido. Só não me perguntem a justificativa de ele não falar a língua do local onde foi criado...


Em uns poucos e esparsos momentos, eu acreditei que haveria alguma inovação, alguma supresa, pois uma cena ou outra criava um clima de mistério e perspectiva. Também, por qual motivo alguém produziria um filme e lançaria de qualquer jeito se não tivesse uma boa história para contar? Não descobri.

Apesar do arrependimento, acreditem, até dá para assistir o filme. O suspense é crescente... Tem até uma reviravolta parecida com vários filmes feitos para TV ou com aqueles que vão diretor para a locação. 

Mocinha insossa, cenários escuros, maquiagens relapsas e roteiro capenga. Quando passar na TV a Cabo ou quando for lançado em DVD/Blu Ray,  vejam. Em casa, a gente não fica com a sensação de ter sido feito de bobo.

Ah, e não esperem muito sobre toda importância dada a um rolo de filme que foi revelado e esquecido numa loja gótica. A busca ansiosa pela  recuperação e abertura do envelope termina numa cena de chuva, com a mocinha insípida queimando as fotos sem deixar a gente ver... E não há sequer explicação dos motivos que a levaram a fazer isto. Quem me acompanha sabe bem que eu não sou de escrever spoiler,  mas, desta vez, deixo para contar que este parágrafo se trata de um. Hau!

Registem duas informações:  "o fim é agora" e "anjo em pele de cordeiro"... #prontofalei.
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sábado, 5 de novembro de 2011

A Casa dos Sonhos


Há tempos eu não iniciava a sessão de um filme com tão boa expectativa. Uma sinopse interessante, um diretor premiado e várias vezes indicado ao Oscar, duas belíssimas estrelas do momento e o atual 007 como protagonista... Só ficou no anúncio mesmo.



A Casa dos Sonhos (Dream House, 2011) traz a história de um  bem sucedido editor de Nova York (Daniel Craig) que, em busca de uma vida mais tranquila para si, sua esposa (Rachel Weisz) e suas duas filhas pequenas, decide se mudar para uma bela casa, situada numa cidade menor. Em pouco tempo na nova moradia, o casal se depara com situações estranhas e terminam por saber que aquela casa dos sonhos havia sido o local de um brutal assassinato de uma mãe e suas duas filhas. À medida que as situações bizarras aumentam, o homem conclui que ali era um lugar potencialmente perigoso para sua mulher e suas duas meninas.

Parece legal, não? Ainda mais com um elenco de peso, que inclui, além dos já citados atores,  a linda Naomi Watts (como a vizinha misteriosa que parece saber muita coisa), Elias Koteas e a veterana Jane Alexander.

De certa forma, eu já sabia que o mal formulado trailer tinha revelado algo que poderia ser um trunfo no filme, porém, mesmo se a cena tivesse sido omitida na chamada, o impacto não teria sido grandes coisas pela falta de inspiração do roteiro. Eu nem vou dizer qual é a cena.

O filme é tão mal conduzido e tem um desenvolvimento tão pouco convincente que os dois atores principais (Craig e Watts) parecem estar constrangidos nas últimos momentos da produção, demonstrando algo do tipo: olha a roubada que eu fui me meter!

Ainda bem que, mesmo dentro de um contexto tão ruim, Rachel Weisz consegue construir uma personagem terna e consistente, promovendo algumas boas cenas com Craig e interagindo perfeitamente com as duas talentosas atrizes mirins: Taylor Geare e Claire Geare.

Puro desperdício de grandes atores, de tempo e de um ideia original que poderia dar certo. Sugiro que aguardem o lançamento do filme em vídeo.



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A Hora do Espanto (Fright Night, 2011)


Somente pelo trailer e por algumas fotos de divulgação, eu percebi que a refilmagem do pequeno clássico A Hora do Espanto (Fright Night, 1985) havia empreendido algumas significativas modificações na estrutura do longa original.

Sinal de problema? Talvez sim. O risco de o filme se tornar mais uma refilmagem assistível e esquecível era grande, posto que é sempre um trabalho árduo pegar uma produção que marcou época e tranformá-lo em algo atual, criativo e inovador.



Com certeza vocês viram os fiascos de outros que tentaram repetir o sucesso de filmes de terror das décadas de 70 e 80, tais como O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chainsaw Massacre: The Beginning, 2006), Halloween (idem, 2007), Sexta-Feira 13 (Friday The 13th, 2009) e A Hora do Pesadelo (Nightmare on Elm Street, 2010), e que não conseguiram fazer sombra ao impacto de suas obras inspiradoras.

Ainda bem que isto não aconteceu com o novo A Hora do Espanto (Fright Night, 2011). É certo que o filme não conseguiu o status de arrasa-quarteirão do filme de 1985, mas teve um bom resultado. Direção e produtores conseguiram emplacar uma trama ágil e reconfigurar os personagens para época atual, sem extrair, contudo, a aparentemente despretensão e graça do original.

O mote ficou o mesmo: um rapaz de classe média que tem sua vida virada de cabeça para baixo ao desconfiar dos estranhos hábitos de seu novo vizinho, descobrindo, após uma certa vigília, que o cara é um vampiro.

E não é um vampiro morno a la Crepúsculo, mas, sim, um homem sarcástico e cruel que não hesita em destruir aqueles que o incomodam.



No primeiro filme, enquanto o carismático William Regsdale deu um tom introspectivo e confuso ao personagem Charley, nesta refilmagem, o ator em ascensão Anton Yelchin assumiu um protagonista mais popular e desenvolto. Nessa mesma linha de mudança de perfil, a virgem insegura de Amanda Bearse, a namoradinha do filme anterior, foi substituída por uma loirinha mais determinada, aliás a bonitinha Imogen Poots.

Considerando que o papel da mãe do protagonista foi dado à excelente Toni Collette, já se era de esperar que a personagem tivesse mais destaque no novo filme.  Como de costume, a atriz brilhou.


O astro Colin Farrell foi uma escolha super acertada para o papel do antagonista, uma vez que o ator soube dosar charme, cinismo e maldade na medida certa para as várias facetas do vampirão sedutor. Fiquem atentos: Chris Sarandon, o vampiro de 1985, faz uma ponta relâmpago neste novo filme.




Porém, o contrário ocorreu na escolha de um ator bem mais jovem para assumir o papel do divertido Peter Vincent, o apresentador de um programa televisivo sobre vampirismo, defendido brilhantemente por Roddy McDowall no filme de 1985. O personagem é uma clara referência a duas figuras lendárias dos filmes de terror dos anos 50 e 60 (Peter Crushing e Vincent Price) e seu acumulado conhecimento sobre vampirismo ficou insípido na pele de David Tennant (o ator de Doctor Who, 2005-2010).


Eu falei de agilidade, certo? Pois é, isto é muito legal para que os filmes de hoje caiam no agrado do público, mas, por outro lado, acaba impedindo cenas mais longas e marcantes. Como por exemplo, a dança provocante e ameaçadora que Chris Sarandon usa para embalar (e capturar) Amanda Bearse na boate, neste novo A Hora do Espanto, não passou de um momento técnico, movimentado e nada sedutor.

Falando em técnica, a contenção no uso de efeitos digitais também me agradou, em especial, a cena que Anton, Imogem e Toni pegam o carro para fugir do vampiro malvado.

Para os fãs do primeiro filme, uma releitura obrigatória, e para o público que não teve acesso ao original, uma boa oportunidade de conferir a refilmagem e, depois, locar (ou baixar no Torrent - rs) o filme antigo. Virtudes e defeitos aparecerão, com certeza, em um ou em outro.


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Babysitter Wanted


Um bom suspense com momentos de terror que surpreendem!

Angie Albright (Sarah Thompson, da série de TV 7th Heaven, 1996-2007) é uma bonita garota católica que vai para uma faculdade distante, onde tem de vencer os obstáculos da convivência com estranhos, assim como superar a dificuldade em viver afastada de sua mãe afável e protetora.



Como se já não bastasse a infausta necessidade de estar numa cidade rural e de ter que dividir seu quarto com uma colega vadia / louca / drogada / safada / porca / desrespeitosa, a mocinha se sente observada à distância e com a impressão de estar sendo seguida. Nada pior numa cidade em que garotas jovens e bonitas têm desaparecido sem deixar vestígios.

Para ocupar seu tempo e não passar todas as noites ao lado da deplorável colega de quarto, a menina religiosa, que sempre carrega seu rosário e reza com dedicação, candidata-se a um emprego de babá numa fazenda nos arredores da cidade. Aos fãs de filmes do gênero, nem preciso contar que o imóvel fica isolado e que o horário de trabalho é noturno...



Recebida com cordialidade pelo simpático Casal Stanton (Bruce Thomas e Kristen Dalton), Angie acerta preços e condições para cuidar do garoto Sam (Kai Caster). 

Sozinha num mundo em que precisava se mostrar confiante e capaz, a delicada babysitter se vê diante de uma missão um pouco desafiadora, pois o garoto, embora de aparência saudável, praticamente não se comunicava, dando alguns indícios de autismo, ou coisa semelhante, o que era desconsiderado e refutado pelos pais. Desta forma, Angie precisava não somente cuidar do garoto, mas entendê-lo em seu silêncio e seu modo arredio.

Tudo bem para uma indefesa garota que receberia a visita de um homem pavoroso, numa casa longe de tudo, sem sinal de celular e tendo de proteger uma criança com dificuldades de compreensão.

Não pensem que eu contei tudo do filme! Isto é praticamente a parte introdutória para se chegar ao real argumento do longa. 

Babysitter Wanted (2008) teria um desenvolvimento igual ao de centenas de outros filmes do gênero, se o roteiro se concentrasse no mote mocinha perseguida por maníaco, mas essa ideia é criativamente demolida com uma reviravolta na metade da projeção. Não é apenas mais um filme de garotas puras acossadas por um assassino. A parte assustadora reside num outro elemento do filme, do qual, tal como alguns personagens do filme, eu levei um certo tempo para me acostumar.




Também no elenco, o jovem talentoso Matt Dallas (Kyle XY, 2006-2009), que faz um paquerinha de Angie, e o veterano Bill Moseley, fazendo mais um de seus coadjuvantes que se destacam pela boa atuação.
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A bonitinha Sarah Thompson não faz feio e mantém-se segura num papel que a submete a cenas fortes e de razoável carga dramática.
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Recomendo, apenas ressalvando que pessoas mais sensíveis podem se assustar com algumas cenas de sangue e violência.



domingo, 2 de outubro de 2011

Jonny Quest em Stop-Motion

Sempre gostei de animações em stop-motion. Paciência, destreza e criatividade são fundamentais para esse tipo de produção, que é um um brinde aos olhos.

Agora, em se tratando de reprodruções, o trabalho ganha maior excelência, posto que, além da precisão das filmagens quadro a quadro, é necessário ângulos e posicionamentos já definidos. 

O talentoso artista Roger Evans fez o trabalho de stop-motion com a famosa abertura do desenho animado Jonny Quest. O trabalho incluiu a recriação de bonecos, cenários, robôs, carros e aeronaves.

Deu até vontade de rever o desenho, pois, para quem não se lembra, Jonny Quest é uma das criações mais inspiradas de Hanna-Barbera. Tinha um roteiro quase cinematográfico e personagens que se comportavam como atores em trabalho de interpretação, inclusive em cenas de contornos dramáticos.







domingo, 25 de setembro de 2011

Em 16-bit

O artista Andy Rash demonstra sua brilhante criatividade ao reproduzir famosos personagens de desenhos animados, seriados de TV e filmes de cinema, por meio de itens de limitada modelagem, tais como  lego, pontos de bordados, tachinhas e outros .


Em imagens com 16-bit (lembram-se do Atari?), Rash criou algumas ilustrações sensacionais.

Os Flinstones

Os Caça-Fantasmas

Perdidos no Espaço


Scooby-Doo


Star Wars



Os nomes dos 50 filmes

Segue abaixo a relação dos filmes referenciados na postagem Somente para Amantes do Cinema.

(Clique nas imagens para ampliar)


1. Gata em Telhado de Zinco Quente
26. Batman
2. Inferno na torre
27. Sete Noivas Para Sete Irmãos
3. Os Pássaros
28. A Dama e o Vagabundo
4. Star Wars
29. Garotos e Garotas
5. Bonequinha de Luxo
30. Toy Story
6. Um violinista no telhado
31. Dália Negra
7. O Piano
32. Laranja Mecânica
8. Ghost
33. Intriga Internacional
9. Rua 42
34. Gladiador
10. Jamaica Inn
35. Blade Runner
11. E o Vento Levou
36. Tubarão
12. A Última Sessão de Cinema
37. Shakespeare Apaixonado
13. Escola de Rock
38. Papai Noel às Avessas
14. Labaredas do Inferno
39. O Rei Leão
15. Carruagens de Fogo
40. American Pie
16. À meia luz
41. O Picolino ou Chapéu Alto
17. Os Cavaleiros do Asfalto
42. Happy Feet
18. A Fistful Of Dollars
43. Os Brutos Também Amam
19. Um Golpe de Mestre
44. Touro Indomável
20. Banzé no Oeste
45. Taxi Driver
21. Wall-e
46. A Águia Pousou
22. Os Trinta e Nove Degraus
47. A malvada
23. Dança com Lobos
48. Loucuras de verão
24. A primeira noite de um homem
49. A Rainha
25. Cantando na Chuva
50. Edward Mãos-de-Tesoura

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Parecem reais




 
As esculturas do artista britânico Jamie Salmon e da coreana Jackie K. Seo são mesmo impressionantes pelo cuidado nos detalhes e pelo tamanho de cada obra.
O realismo chega a ser tanto que, em algumas fotos, temos a impressão de que se trata de uma imagem tão somente tratada no photoshop.