Com certeza vocês viram os fiascos de outros que tentaram repetir o sucesso de filmes de terror das décadas de 70 e 80, tais como O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chainsaw Massacre: The Beginning, 2006), Halloween (idem, 2007), Sexta-Feira 13 (Friday The 13th, 2009) e A Hora do Pesadelo (Nightmare on Elm Street, 2010), e que não conseguiram fazer sombra ao impacto de suas obras inspiradoras.
Ainda bem que isto não aconteceu com o novo
A Hora do Espanto (Fright Night, 2011). É certo que o filme não conseguiu o
status de
arrasa-quarteirão do filme de 1985, mas teve um bom resultado. Direção e produtores conseguiram emplacar uma trama ágil e reconfigurar os personagens para época atual, sem extrair, contudo, a aparentemente despretensão e graça do original.
O mote ficou o mesmo: um rapaz de classe média que tem sua vida virada de cabeça para baixo ao desconfiar dos estranhos hábitos de seu novo vizinho, descobrindo, após uma certa vigília, que o cara é um vampiro.
E não é um vampiro morno
a la Crepúsculo, mas, sim, um homem sarcástico e cruel que não hesita em destruir aqueles que o incomodam.
No primeiro filme, enquanto o carismático William Regsdale deu um tom introspectivo e confuso ao personagem Charley, nesta refilmagem, o ator em ascensão Anton Yelchin assumiu um protagonista mais popular e desenvolto. Nessa mesma linha de mudança de perfil, a virgem insegura de Amanda Bearse, a namoradinha do filme anterior, foi substituída por uma loirinha mais determinada, aliás a bonitinha Imogen Poots.
Considerando que o papel da mãe do protagonista foi dado à excelente Toni Collette, já se era de esperar que a personagem tivesse mais destaque no novo filme. Como de costume, a atriz brilhou.
O astro Colin Farrell foi uma escolha super acertada para o papel do antagonista, uma vez que o ator soube dosar charme, cinismo e maldade na medida certa para as várias facetas do vampirão sedutor. Fiquem atentos: Chris Sarandon, o vampiro de 1985, faz uma ponta relâmpago neste novo filme.
Porém, o contrário ocorreu na escolha de um ator bem mais jovem para assumir o papel do divertido Peter Vincent, o apresentador de um programa televisivo sobre vampirismo, defendido brilhantemente por Roddy McDowall no filme de 1985. O personagem é uma clara referência a duas figuras lendárias dos filmes de terror dos anos 50 e 60 (Peter Crushing e Vincent Price) e seu acumulado conhecimento sobre vampirismo ficou insípido na pele de David Tennant (o ator de
Doctor Who, 2005-2010).
Eu falei de agilidade, certo? Pois é, isto é muito legal para que os filmes de hoje caiam no agrado do público, mas, por outro lado, acaba impedindo cenas mais longas e marcantes. Como por exemplo, a dança provocante e ameaçadora que Chris Sarandon usa para embalar (e capturar) Amanda Bearse na boate, neste novo
A Hora do Espanto, não passou de um momento técnico, movimentado e nada sedutor.
Falando em técnica, a contenção no uso de efeitos digitais também me agradou, em especial, a cena que Anton, Imogem e Toni pegam o carro para fugir do vampiro malvado.
Para os fãs do primeiro filme, uma releitura obrigatória, e para o público que não teve acesso ao original, uma boa oportunidade de conferir a refilmagem e, depois, locar (ou baixar no
Torrent - rs) o filme antigo. Virtudes e defeitos aparecerão, com certeza, em um ou em outro.
2 comentários:
Oi Gilvan, o papel do apresentador neste remake poderia ter ficado com o malcolm mcdowell, especialista em tipos estranhos.
Oi, Flávio!! Pois é, poderia, sim. Refilmagens sempre têm problemas de escalação de elenco e não é porque a gente se baseia no filme anterior, é mais pela lógica do personagem. Abraço!!
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