sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Possessão




O que fazer para um filme de terror emplacar na atualidade? Ou você quebra as tendências e apresenta um exemplar ímpar, como fizeram os acertivos O Chamado (The Ring, 2002),  A Bruxa de Blair (Blair Witch Project, 1999), O Exorcista (The Exorcist, 1973)(1), entre outros; ou manda ver num trailer bem feito com a introdução de que o longa é baseado em fatos reais.

É claro que não é tão simples assim. O que tento dizer é que os filmes desse gênero, muitas vezes, recorrem à fuleira chamada de fato verídico apenas para impressionar os ingênuos sedentos por sustos. O Exorcista foi um fenômeno e realmente foi inspirado em um fato real. Notaram a sutileza? Inspirado. Diretor e produção deixaram claro que a história real serviu apenas de base para o filme, pois o roteiro seguiu um caminho criativo bem diferente do fato original. 



Em outra postagem, comentei que, numa determinada época, quando descobri que alguns filmes somente se diziam ser baseados em fatos reais, quando, na verdade, eram obras de ficção, fiquei impressionado com a ousadia e a falta de respeito. Que bobagem de minha parte! Ao retornar à minha visão de que é o entretenimento é a primordial intenção do cinema, passei a aceitar os prólogos e os teasers armados para pegar os desavisados, afinal, tudo faz parte do divertido mundo da ilusão cinematográfica.



A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project, 1999), Mamãe é de Morte (Serial Mom, 1994), Os Estranhos (The Strangers, 2008) e Contatos de Quarto Grau (The Fourth Kind, 2009) fizeram isso; enganaram os espectadores. Os dois primeiros até agradaram pela jogada de marketing e pela maestria da direção, respectivamente; mas o dois últimos serviram de pura enganação, da forma mais descarada possível.

Tanta conversa para dizer que Possessão (The Possession, 2012)(2), dirigido por Ole Bornedal, pouco me entusiasmou ao ser divulgado como um filme de terror inspirado em fatos reais, apesar do bem sacado teaser(3) que correu pela internet. E também porque a chamda me remeteu, de certa forma, a uma possível cópia do clássico O Exorcista.

Elenco mediano, garota bonitinha, ambientação sem muitos atrativos... Qual a razão de ir ao cinema com grandes expectativas?

Jeffrey Dean Morgan interpreta um homem divorciado que decide comprar uma casa para ter um bom lar e se aproximar mais de suas filhas adolescentes (quase crianças). No entusiasmo de organizar a nova morada, ele vai com a filha mais nova (Natasha Calis, carismática) em um bazar de garagem e compra uma estranha caixa de madeira.



O objeto inicialmente desperta uma grande curiosidade na menina, mas o sentimento se torna uma obsessão capaz de fazê-la ouvir vozes e ter visões sobrenaturais. Quando a garota fica arredia e agressiva, o pai procura a ex-mulher (Kyra Sedgwick), que não se convence do problema da filha. Quando os dois constatam que algo realmente perturbador está acontecendo, é tarde demais, pois a garota já estava possuída por um espírito do mal, há tempos guardado naquela caixa. Desesperados, eles concluem que seria necessário um exorcismo.




Com produção do ícone Sam Raimi, diretor da trilogia Homem-Aranha (Spider-Man, 2002, 2004 e 2007) e criador do clássico The Evil Dead (1981), o filme conseguiu uma boa bilheteria em sua semana de estréia nos Estados Unidos, mas parece que por aqui as coisas não foram tão promissoras.

Notas: (1) Ando citando demais esses filmes, eu sei...
            (2) Haja falta de criatividade para um título!
            (3) Muito inteteressante essa cena de divulgação do filme. Veja abaixo.