quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Rosto de Menina...

...lembranças de apavorar!


Que o filme O Exorcista (The Exorcist, 1973) se tornou um clássico, a grande maioria do público concorda, afinal, foi um dos raros filmes de terror a entrar para noite de cerimônia da Academy Awards com 10 indicações para o Oscar, tendo vencido nas categorias de melhor roteiro adaptado e melhor som.
 Porém, dizer que o filme foi um grande negócio para seus participantes, já não é tão certo assim. O promissor diretor William Friedkin, que já havia dirigido o cult Operação França (The French Connection, 1971), flertou com o estrelato, mas não conseguiu manter o prestígio. Depois de dirigir filmes medianos na década de 80, o diretor passou a errar a mão e não se encontrou nos seus trabalhos seguintes.

Ellen Burstyn e Max Von Sidow são um caso à parte. Eles permaneceram firmes e respeitados em seus trabalhos pelo fato de já terem uma carreira sólida e reconhecida pela indústria cinematográfica antes mesmo de fazer o filme. Tanto que partes do roteiro tiveram de ser alterados a pedido de Burstyn, para que ela aceitasse o papel.

O ótimo Jason Miller (Padre Karras) e Linda Blair, embora tenham ganhado projeção no mundo cinematográfico, não conseguiram mais fazer papéis que lhes dessem crédito e reconhecimento artístico.

Após ganhar o papel que foi indicado para várias atrizes mirins e mais famosas, Blair viveu um momento sem igual. Virou uma estrela e teve grande parte de sua infância tomada pelos holofotes, pela participação em programas de televisão, por reportagens de revista e muitos encontros e seminários. 

Com apenas 12 anos de idade, ela não pode assistir no cinema o próprio filme que lhe deu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, mas ela sabia bem do resultado.

Depois de uns poucos papéis medianamente interessantes, a atriz começou a fazer filmes muito ruins, entre continuações de mal gosto e produções de terror padrão B.

Ela continuou a carreira, mas assumiu que havia perdido sua chance de se consagrar em Hollywood, tanto que aceitou fazer a paródia  A Repossuída (Repossessed, 1990), uma comédia que debochava do filme que a lançou, assim como de seu destino infeliz após o fim do sucesso.

A garotinha de rosto redondo viria também a fazer pontas especiais em filmes famosos que zombavam do terror, como Pânico (Scream, 1996) , e a atuar em projetos curiosos, como o The Blair Bitch Project (1999), uma sátira divertida, cujo título fazia um trocadilho infame com o grande sucesso The Blair Witch Project, 1999 (A Bruxa de Blair).