O diretor inglês Stephen Frears, que ganhou o mundo cinematográfico com seus instigantes trabalhos promovidos nos Estados Unidos, tinha uma discreta carreira em seu país de origem quando realizou este bom exemplar de drama psicológico.
Brincadeira Mortal (Bloody Kids, 1979), que foi intitulado One Joke too Many nas salas norte-americanas, aborda a perversidade que se apresenta em pessoas aparentemente ingênuas. E, neste caso, a proposta se potencializa pelo fato de a maldade vir de uma criança com pensamentos incógnitos.
Dois garotos resolvem chamar a atenção de adultos, simulando uma briga em local público, com a intenção de provocar e testar a reação das pessoas. Porém, durante a luta combinada, um deles acaba se ferindo gravemente, sendo levado para um hospital. Ao invés do acidentado esclarecer que se tratava de uma brincadeira, ele se mantém na condição de vítima, instaurando uma dúvida sobre sua obscura personalidade.
Sem ser inocentado pelo amigo, o outro garoto passa a ser perseguido pela polícia, enveredando-se em agonizantes ruas escuras que contrastam com as cores berrantes, por muitas vezes rubras, que predominam em outros momentos do filme.
O ponto forte da história é exatamente a inversão do jogo, pois o garoto mais esperto e insolente fica refém da palavra de seu amiguinho menos articulado, sendo atirado no ridicularizado mundo de adultos, cercado de riscos e apreensão.
O ponto forte da história é exatamente a inversão do jogo, pois o garoto mais esperto e insolente fica refém da palavra de seu amiguinho menos articulado, sendo atirado no ridicularizado mundo de adultos, cercado de riscos e apreensão.
Perturbador...
2 comentários:
Gilvan ainda vou pesquisar sobre isso: tenho uma dúvida muito grande sobre até que ponto , juridicamente falando , o cinema americando pode ir com seus atores mirins. Que tipo de trabalho eles podem ou não fazer...
Com todo movimento sobre os riscos do bullying infantil, da preservação do menor e até das mudanças das cantigas de roda, fico com dúvida até onde o juridicamente correto é aplicado. Veja o caso de "A Órfã", a atriz mirim deu um show, mas eu achei que foi pesado para uma menina de 11 anos fazer aquele papel. Bem, Jodie Foster e Natalie Portman também ousaram ainda crianças... Em outras eras, claro. Quero uma postagem sua sobre isso : - ) Abraços!
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