Numa determinada época de minha vida, fui um apreciador de filmes de terror, mas perdi grande parte do entusiasmo e não penso em ver a tudo que me chega às mãos como fiz outrora. Tanto naquela época como hoje, eu me vejo abismado com algumas pessoas que sentem medo de assistir determinadas produções. Ainda gosto do jogo, das armações, das cenas, da tensão, dos sustos, mas tudo fica no entretenimento.
O que estou querendo escrever é que não sinto medo e acredito que posso assistir a qualquer filme de terror e dormir como um anjo depois : - P.
Mas devo admitir que, nas minhas longas jornadas de sessões, assisti a um filme que me fez acordar de madrugada e sentir algo incômodo - seria medo? Não sei dizer se eu fui pego de surpresa ou não me preparei para ver o filme (será que precisa disso?), mas o fato é que eu me enfiei debaixo das cobertas e cobri a cabeça com os travesseiros ao imaginar uma determinada cena em que o demônio aparece com sua face mais esperta (???) e cruel.
Estou me referindo ao filme “A Vingança do Diabo” (Pumpkinhead, USA, 1988), de Stan Winston, com Lance Henriksen (conhecido por seu trabalho na série de TV “Millennium”), Cynthia Bain (a loirinha de gritinhos gostosos do trash “Combustão Espontânea”) e Jeff East (o ótimo ator que fez o jovem Clark Kent na mega produção Superman: The Movie - 1978 ) no elenco.
O filme nos mostra um grupo de motoqueiros (gente boa) que está se aventurando por aquelas cidadezinhas rústicas do interior dos Estados Unidos e que, acidentalmente, atropela e mata o filho de um homem solitário e de poucas palavras (Henriksen). O homem fica desesperado e procura uma bruxa local por ter ouvido falar que ela sabia ressuscitar “algumas coisas”, pensando em trazer seu filho de volta. Mas a bruxa (muito feia por sinal) esclarece que não é possível ressuscitar humanos e sim alguns casulos no cemitério. Com um certo sacrifício, era possível convocar um demônio chamado Pumpkinhead (Cabeça-de-Abóbora).
Revoltado por não poder ter seu filho, o homem aceita a proposta e segue as orientações da bruxa. O problema é que o diabo que surge é assustador, sanguinário e, o pior, raciocina.
Um rapaz caipira (Brian Bremer - que também trabalhou em “Combustão Espontânea“), percebendo as mortes violentas, decide ajudar o casal protagonista a fugir do diabo voraz, mas descobre que a tarefa não é fácil. O demônio cumpria o que seu “dono”, ou seja, aquele que o despertou, pediu durante o ritual.
SPOILER
O pai acaba percebendo que aquela vingança não levaria a nada e que os jovens que mataram seu filho não eram do mal, mas, o que valia para o diabo era o trato feito em seu despertar, então, de nada valia o arrependimento dele, mas, ainda assim, ele resolver ajudar. E leva ferro!!!
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FIM DO SPOILER
A cena que me fez despertar na madrugada foi uma em que o diabo persegue o rapaz caipira e, quando parecia que ele havia conseguido despistá-lo, a coisa se revela mais esperta por ter ficado na espreita, fingindo que tinha ido embora. Que absurdo!!!
O filme é bem produzido, tem trilha sonora acertada e bons jogos de iluminação, além de procurar fugir da banalização sofrida por alguns filmes de terror: tem uma mensagem ao final, a mocinha não é histérica e as interpretações (principalmente do perspicaz Lance Henriksen) apresentam-se de forma convincentes. Eu recomendo!!!
Um comentário:
Esse Filme realmente é de terror, os outros são apenas piada perto dele.
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