quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Agatha Christie


A escritora Agatha Christie é conhecida por milhões de pessoas em todo o mundo como a Rainha do Crime, ou, como ela preferia, a Duquesa da Morte. Nascida em Torquay, Inglaterra, era filha de Frederick Miller e foi registada com o nome de Agatha Mary Clarissa Miller.

Em 1914, casou-se com um piloto inglês, o Coronel Archibald Christie, e, próximo a esse evento, durante a Primeira Guerra Mundial, Agatha foi trabalhar num hospital e essa experiência foi-lhe útil mais tarde.

A escritora começou escrevendo romances, utilizando o pseudônimo de Mary Westmacott. Em deteminada época, aceitou o desafio de sua irmã para escrever uma trama policial, surgindo assim “O Misterioso Caso de Styles” (The Mysterious Affair at Styles), que tinha como argumento a morte de uma aristocrata inglesa trancada em seu próprio quarto. Após ter sido recusado por diversas editoras, o primeiro livro de mistério foi finalmente publicado em 1920. A história se revelou também como uma fiel descrição da recuperação da Grã-Bretanha no período de 1914 a 1918, deixando claro o agudo poder de observação de Agatha para registrar fatos históricos no seu trabalho de redação. É neste livro que os leitores conheceram o excêntrico detetive belga Hercule Poirot.

Inobstante os adjetivos positivos dados à escritora, Christie não gostava que seus livros fossem chamados de “romance policial” e declarava não gostar de descrições exaustivas.

Apesar do sucesso de seu primeiro livro de mistério, o trabalho de Agatha chamou a atenção do grande público e da crítica somente quando ela publicou “O Assassinato de Roger Ackroyd” (The Murder of Roger Ackroyd), um excelente exercício de criatividade e inteligência. Com esta obra, Christie ganhou notoriedade e projeção no mundo literário, consagrando-a definitivamente como uma das melhores escritoras de histórias de mistério.

Com tanto talento para criar tramas complexas e bem estruturadas, em 1926, a própria Agatha foi notícia quando desapareceu durante alguns dias, depois de o marido ter pedido o divórcio. Esse episódio ganhou um filme para o cinema, tendo Vanessa Redgrave interpretando a escritora. Inferiu-se, pouco tempo depois, que ela esteve instalada num hotel sob nome falso, mas nada foi confirmado. O seu desaparecimento naquele período ainda hoje é um mistério. A tentativa de chamar a atenção do marido, nos termos do filme, não foi o bastante para manter seu casamento. Em 1928, a separação foi oficializada.

Numa viagem ao Oriente Médio, em 1930, conheceu o arqueólogo inglês Sir Max Mallowan, seu segundo marido. Agatha passou a acompanhá-lo em suas expedições arqueológicas anuais ao Iraque e a Síria, o que lhe rendeu idéias para outros romances. Ao longo da sua carreira, escreveu cerca de setenta romances e mais de uma centena de contos.

Os seus personagens mais famosos são Hercule Poirot, o detetive belga, e Miss Jane Marple, uma solteira de mais de 60 anos, esperta e audaciosa. Também escreveu alguns livros que tinham como personagens centrais o casal Tommy e Tuppence Beresford. Algumas das suas obras, como a famosa O Caso dos Dez Negrinhos (Ten Little Niggers) não havia nenhum personagem particularmente destacado.
Várias de suas histórias foram transformadas em filmes para televisão e cinema, com destaque para Assassinato no Expresso Oriente (Murder on the Orient Express - 1934;1974) e Morte no Nilo (Death on the Nile - 1937; 1978 ) . Mas a única obra que Christie gostou da adaptação para o cinema foi Testemunha de Acusação (Witness for the Prosecution), dirigido em 1957 por Billy Wilder, tendo Marlene Dietrich, Elsa Lanchester e Tyrone Power no elenco.

Nos seus livros, ela leva o leitor, através dos diálogos e de sugestões, aparentemente sem peso na trama, a seguir o caminho errado, fazendo-os pensar numa determinada pista, enquanto o(s) assassino(s) se mantêm fora da nossa lista de suspeitos. Uma vez embrenhado no livro, a interessante teia de enredos e prefigurações envolvem o leitor, e mantêm a atmosfera de suspense. Por todas as qualidades da sua escrita, Christie tornou-se um sucesso internacional. Seus livros foram traduzidos em mais línguas do que as obras de Shakespeare e já venderam mais de cem milhões de exemplares em todo o mundo.

Agatha recebeu o título de Dame Commander of the Order of the British Empire em 1971. A escritora faleceu em 1976. Seu último livro Um Crime Adormecido (Sleeping Murder - 1976) e sua Autobiografia (Autobiography - 1977) foram publicados após sua morte, assim como a ótima coletânea Enquanto Houver Luz (While the Light Lasts), contos escritos antes do sucesso de seu primeiro livro.

A maioria das pessoas associa o nome de Agatha Christie a seus romances e histórias policiais, desconhecendo que ela escreveu excelentes peças teatrais. Além das mais famosas, A Ratoeira (The Mousetrap ) e Testemunha de Acusação, ela escreveu em torno de dezoito textos teatrais. Neles, o leitor se verá diante de situações e tramas em que o mistério e o suspense o farão sentir-se como um espectador numa platéia. A Ratoeira, na história do teatro, é a única peça que continua sendo apresentada ininterruptamente desde a sua estréia em 1952, com o record de 8862 representações num só teatro. O público da cidade de Londres, na Inglaterra, já conhece o final da história, mas a originalidade e o vigor do argumento, dos diálogos e dos personagens da peça garantem o interesse permanente em se assistir as apresentações. É inigualável a genialidade da Primeira Dama do Crime.

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