sexta-feira, 29 de abril de 2016

Hardware: O Destruidor do Futuro


Sem destaque nas telas de cinema aqui do Brasil, o filme Hardware - O Destruidor do Futuro (Hardware, 1990) fez sucesso no segmento home video e se tornou cult para uma legião de fãs do gênero ficção-científica.

O visual bem elaborado acertou em cheio na sensação opressiva do mundo pós-apocalíptico retratado na história, transmitindo bem a insegurança dos personagens e a necessidade de transformar seus lares em fortalezas.

A história se passa num futuro incerto, em que as pessoas precisam se adaptar ao que restou após uma guerra nuclear, buscando se proteger da radiação, das chuvas ácidas e das tempestades de areia. Sem muita noção do que se passa em outros arredores, o clima de desconfiança faz com que as pessoas vivam isoladas, transformando suas moradias em ambientes frios, escuros, cheios de máquinas.


Aqueles que se aventuram a andar pelo mundo quase desértico recolhem peças e informações para os que optaram por passar a maior parte do tempo nos seus fortes. Numa cena de agradável fotografia e enquadramento de câmera, um andarilho misterioso recolhe partes de um robô completamente destroçado e espalhado pela areia, levando-o para vender na cidade mais próxima. O amontoado de metais é comprado por Jill (Stacey Travis), uma bela artista plástica, que resolve aproveitar o material e fazer uma escultura com a cabeça do robô. 

O que a moça não imaginava é que ela estava diante de um protótipo Mark 13, uma máquina criada pelos militares para controlar qualquer tipo de rebeldia por parte da população. O robô tinha a capacidade de se auto-recompor com sua avançada tecnologia, podendo executar a programação pela qual foi concebido: matar qualquer ser humano.


Quando Jill percebe que crânio cibernético já havia se apoderado de várias peças e metais à sua volta, tendo inclusive eliminado uma vítima de forma brutal, ela recorre ao seu namorado valentão, interpretado por Dylan McDermott, o protagonista da premiada série de TV O Desafio (The Practice, 1997-2002), mas já era um pouco tarde. A máquina estava em avançado estágio de reconstituição e apta a estraçalhar toda carne humana à sua frente. Equipado com sensores digitais e infra-vermelho, Mark 13 era um equipamento bélico capaz de se deslocar com destreza, podendo enxergar até na mais negra escuridão. Não por acaso, o filme começa com um provérbio bíblico: "Nenhuma carne será poupada".


A trilha sonora tem a música Ther Order Of Death, do Public Image Ltd., e faz uma conexão eficaz com a densidadade de vários momentos do filme. Além de Travis e McDermott (que atualmente está no ótimo seriado American Horror Story, 2011-2012), o elenco traz o ator irlandês John Lynch e o roqueiro Iggy Pop, no interessante papel de um radialista cheio de personalidade.


O filme teve seus efeitos especiais premiados no Festival de Cinema Fantástico de Avoriaz, na França.





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