Corrente do Mal (It Follows, 2014) é mais um filme de terror com adolescentes que se assustam, que gritam, que correm, que transam... Porém, a direção optou por um caminho que afastou o longa do desagradável mais do mesmo tão comum nos filmes de terror da atualidade.
Com elenco sem muitos atrativos e figuras adultas quase inexistentes, o filme traz o dilema de uma bela jovem que, após transar com um paquera, passa a sofrer com visões perturbadoras que a fazem sentir-se num perigo iminente diante das estranhas figuras que ela tem visto mesmo acordada.
Em virtude do contato sexual, ela havia recebido uma maldição que a faria ver seres estranhos, podendo estes aparecerem com diversas formas e em lugares inesperados. E o que eles queriam? Matar! E como ela ficou sabendo disso? O rapaz que transou com ela contou que se tratava de uma maldição transmitida durante o contato sexual. E por que ele fez isso? A carne é fraca...
Em virtude do contato sexual, ela havia recebido uma maldição que a faria ver seres estranhos, podendo estes aparecerem com diversas formas e em lugares inesperados. E o que eles queriam? Matar! E como ela ficou sabendo disso? O rapaz que transou com ela contou que se tratava de uma maldição transmitida durante o contato sexual. E por que ele fez isso? A carne é fraca...
E o rapaz não era bem um vilão... Ele também havia recebido a maldição ao transar com uma garota. Como ele sabia que, com algum cuidado e vigilância, a pessoa poderia se safar, terminou por escolher uma bela jovem para fazer o que ele estava precisando a algum tempo. Escolheu a bonitinha protagonista do filme e se dignou a contar para ela o que fazer e como fugir: "Fique sempre em lugares onde você possa fugir com facilidade e observe sempre que algum estranho se aproximar". Mais gentil e camarada impossível. E ele ainda deixa a moça de sutiã e calcinha na porta de sua casa.
Fugindo dos contumazes clichês do gênero, em que acordes altos e imagens grotescas significam trunfos para aterrorizar a plateia, este filme procura instaurar o medo por meio da tensão crescente e de situações muito mais sugeridas do que mostradas.
A aproximação dos algozes nunca é jogado de uma hora para outra na cara do espectador. Muito pelo contrário! Muitas vezes estamos mais atentos que os próprios personagens e tememos por algo que já está sendo mostrado, mas que os preocupados e ingênuos protagonistas nem sempre percebem.
Outro fato interessante é a proposital atemporalidade do longa. Não é possível identificar a época da história. O trabalho da direção de fotografia imprime um visual sóbrio para a produção, ao passo que os figurinos elegantes e sem modismo não permitem que os estilos fiquem datados. Embora, alguns gadgets, de certa forma, nos remetam à atualidade, eles têm seus efeitos atenuados (ou anulados) ao serem mostrados juntamente com TVs de tubo e outros itens já ultrapassados. E outra: onde estão os celulares? Não vi.
Uma cena em específico consegue assustar, sendo uma das poucas que acontecem de forma rápida. E isto acontece exatamente porque o filme prepara o público a não esperar por aquelas imagens tenebrosas que finalizam as cenas com som estrondoso. Por outro lado, algumas sequências não funcionam e comprometem a legitimidade das figuras fantasmagóricas, com a situação em que os jovens se encontram na piscina. Ficou meio palhaça (na falta de outra palavra).
Está longe de ser um referencial de filme de terror, no entanto, A Corrente do Mal entra nas exceções do gênero ao arriscar perder uma fatia dos adeptos desmiolados ao imprimir um medo pelo caminho da dúvida e da apreensão gradativa.
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