segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Suspense, Sustos e Loiras Surpreendentes

Janet Leigh

O que as loiras acima têm em comum com a estrela Janet Leigh?

ATENÇÃO: ESTA POSTAGEM POSSUI SPOILERS SOBRE OS SEGUINTES FILMES:

“Psicose” (Psycho, USA, 1960), “Vestida Para Matar” (Dressed to Kill, USA, 1980), “Pânico” (Scream, USA, 1996), “O Ente Maldito” (The Ghol, UK, 1975), “A Hora do Pesadelo” (Nightmare on Elm Street, USA, 1984), “Sexta-Feira 13″ (Friday the 13th, USA, 1980 e “O Corte da Navalha” (Razorback, Australia, 1984).
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Além do fato de também serem (ou estarem) loiras e de terem atuado em bons filmes do cinema, elas foram apresentadas ao público como a (suposta) protagonista da produção, mas encerraram suas participações em pouco tempo da projeção, passando o bastão para outras atrizes.

O mestre do suspense Alfred Hitchcock foi o cineasta que mais brilhou nessa jogada de induzir o público a um enredo e chocar toda uma platéia ao eliminar a “protagonista” após alguns minutos do filme. A façanha foi apresentada no clássico “Psicose” (Psycho, USA, 1960) e serviu de inspiração para vários outros diretores. Neste filme, a tarefa de assumir o papel da mocinha da história ficou a cargo da não menos talentosa e também loira Vera Miles.




Ainda que as outras produções não tenham atingido a importância de "Psicose", a idéia, em alguns casos, foi até bem aplicada, conseguindo criar o inevitável incômodo no público.

Em questão de impacto, o que mais se aproximou do clássico de Hitchcock foi o filme de seu assumido discípulo Brian De Palma. Em “Vestida Para Matar” (Dressed to Kill, USA, 1980), o diretor fez alarde com a volta triunfal da estrela da série de TV Police Woman, a belíssima Angie Dickinson, prometendo cenas picantes com a recatada loira, da mesma maneira que o Mestre do Suspense fez com Leigh (embora com muito mais discrição). E não é que Brian De Palma fez o mesmo com a personagem da atriz? A substituição da heroína ficou a cargo da também loira Karen Allen.



Quando do lançamento do filme “Pânico” (Scream, USA, 1996), dirigido pelo renomado Wes Craven, os cartazes de divulgação nos fizeram pensar que a loirinha Drew Barrymore seria a protagonista do filme. Em entrevista de divulgação do longa, a jovem atriz (não sabemos se ingenuamente) jogou por terra toda uma jogada (sem trocadilho) de marketing ao dizer que não queria antecipar muito sobre as surpresas do filme, mas que ela estava se “sentindo uma Janeth Leigh, uma Angie Dickinson…”. Os cinéfilos entenderam o recado. Desta vez, a substituição da protagonista ficou a cargo da bela morena Neve Campbell.



Querendo copiar ou não o grande mestre, o filme inglês “O Ente Maldito” (The Ghol, UK, 1975) conseguiu a façanha de fazer o público acreditar e torcer para que a personagem Angela, interpretada pela sensual Veronica Carlson (loira, sexy e envolvente!!!), desvendasse o mistério da mansão gótica no meio de uma floresta. Entretanto, a “inocente” garota não sabia que estava prestes a ser eliminada numa cena inusitada. Nessa produção, a quase ruiva (quase sempre loira em outros filmes) Alexandra Bastedo (suave no início e completamente histérica ao final) fez a vez da mocinha substituta.

 


Falando de substituição de loiras por quase ruivas, o diretor Wes Craven (olha ele aqui de novo!!!) já havia feito essa mesma jogada antes de seu filme “Pânico”. Em “A Hora do Pesadelo” (Nightmare on Elm Street, USA, 1984), ele nos apresentou a linda Amanda Wyss como a garota que iria conduzir o público ao longo desse grande sucesso do cinema, mas o tenebroso Fred Kruegger (Robert Englund), talvez para já mostrar aos espectadores que não estava para brincadeiras, atacou a mocinha e mudou o rumo da história. A ruivinha Heather Langenkamp assumiu o jogo e partiu para o ataque (ou para fuga).



Sean S. Cunningham dirigiu a bonitinha Adrienne King em “Sexta-Feira 13″ (Friday the 13th, USA, 1980), a jovem ingênua que sobrevive ao massacre e que consegue liquidar a malévola Pamela Voorhees (Betsy Palmer). Risível e depreciado por alguns, é inegável que o filme se tornou um grande sucesso e suas continuações foram a prova de que a franquia fora (ou ainda é) promissora. A inevitável seqüência, que introduziu o assassino Jason Voorhees, anunciou que a loirinha sobrevivente do primeiro filme estaria de volta. Mas eis que a produção, dirigida por Steve Miner, resolveu dar um susto na platéia com a eliminação da gorota (King) logo na primeira cena da parte 2. A substituta loira, em papel muito parecido com o de Adrienne, foi Amy Steel.



Com “O Corte da Navalha” (Razorback, Austrália, 1984), o diretor Russell Mulcahy trouxe ao público um filme acima da média na proposta e na condução inicial do enredo, valorizado por uma fotografia muito bem cuidada. Já estávamos intrigados com a investigação sobre uma devassa mostrada logo no início do longa e acostumados à corajosa repórter Beth Winters, vivida com sobriedade pela charmosa Judy Morris (loira), quando algo monstruoso faz um estrago geral e nos deixa simplesmente atônitos. O ator Gregory Harrison, que faz o marido da personagem de Morris, assume o posto central do filme e vai ao local da tragédia para saber notícias de sua desaparecida esposa, recebendo a ajuda da loirinha da vez, a bonitinha Arkie Whiteley.


O Mestre do Suspense deixou seu legado e outros cineastas conseguiram fazer bons filmes com essa idéia de surpreender o público com a eliminação da protagonista, no entanto, até o momento, ninguém conseguiu superar a importância de Alfred Hitchcock no estilo suspense, tampouco desbancar a performance do ícone Janet Leigh.

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