domingo, 8 de agosto de 2010

Um Bonde Chamado Desejo

Algumas fotos do filme "Um Bonde Chamado Desejo" (A Streetcar named Desire, USA, 1951), dirigido por Elia Kazan (aquele que recebeu um Oscar Honorário e teve poucos aplausos da classe artística por motivos de delação política) e baseado na peça teatral homônima de Tennessee Williams.

A personagem central é Blanche DuBois, uma mulher fina e bem criada, mas que passa por uma situação de decadência econômica e moral. A protagonista foi interpretada por Vivien Leigh, a inesquecível Scarlett O'Hara de "E o vento levou...", e teve nesse filme, mais uma vez, a chance de brilhar no cinema. O drama inicia-se quando Blanche vai visitar sua irmã Stella (Kim Hunter) que, ao contrário do restante da família, preferiu encarar os fatos e não viver de ilusão e lembranças do passado.
Ciente ou não da sua real situação financeira, Blanche continua a se comportar como uma mulher rica e não aceita o casamento de sua irmã com o grosseirão e viril Stanley Kowalski, interpretado pelo super astro Marlon Brando.
Nessa visita, Blanche acaba tendo vários embates com seu cunhado, num amontoado de alfinetadas, sarcasmos e ofensas.

Apesar da repulsa que um sente pelo outro (ela o acha pobre e vulgar, ele a considera fútil, velha e desequilibrada), a tensão sexual entre os dois é crescente.

Entre os desentendimentos e os poucos momentos aprazíveis (Stanley tinha uma turma de amigos muito divertida), Blanche fala de seu primeiro namorado, o grande amor de sua vida, de forma um pouco desconexa. No entanto, num momento de tensão, ela acaba por revelar à sua irmã que tudo terminou de forma trágica*.

Poético, amargo, duro e reflexivo como quase todos os outros textos de Tennessee Williams.

* Quando assisti ao filme, fiquei sem entender parte dos motivos que levaram a personagem de Leigh a um estado de devaneio e histeria. Posteriormente, assistindo a uma peça teatral, que teve Leona Cavalli e Milhem Cortaz nos papéis principais, entendi muita coisa, pois eles não pouparam as revelações que foram omitidas no filme.

Obs.: Existe uma versão feita para TV, tendo a talentosa Jessica Lange (sempre eficaz em papéis de mulheres histéricas), no papel de Blanche, e o canastrão Alec Baldwin, interpretando Stanley. Não entendam o uso desse termo para Alec como uma ofensa, pois eu gosto muito de atores canastrões. Particularmente, achei que a versão ficou ótima, devendo também ser conferida.

Um comentário:

Gustavo Campos disse...

ainda não consegui ler a peça. vc não sabe, mas a peça foi muito comentada no nosso primeiro periodo. João Pedro começou o assunto