Por Flávio Junio Nascimento, do Cineprise.
Certos de que a arte cinematográfica não teria futuro, Auguste e Louis Lumière, considerados os pais do cinema — apesar da autoria do cinematógrafo pertencer ao francês Léon Bouly, que perdeu a patente para seus compatriotas, enxergavam para a invenção captadora e projetora de imagens apenas como um instrumento com restrito valor científico, sem fins comerciais.
Ao subestimarem o potencial da máquina, não imaginavam que a primeira projeção pública em 1895 em terras francesas entrasse para a história e resultasse no surgimento da considerada Sétima Arte, atraindo avassaladoramente a atenção da mídia da época. Com o passar dos tempos, fortalecida pelos aprimoramentos tecnológicos, desde a sonorização, à cor e ao refinamento na textura das imagens, a Sétima Arte acabou se tornando não somente um importante salto para a modernidade e uma ferramenta econômica capaz de movimentar milhões, elevando os nomes de seus envolvidos ao status de ícones, mas também um audacioso instrumento que permitia ao público submergir em um universo ficcional, outrora duelando contra a realidade ou vez ou outra se completando efusivamente. Uma série de emoções com efeitos catárticos é despertada na plateia como resultado desta interação entre o real e o fantasioso, como parte do processo cognitivo.
Meu primeiro contato com o cinema se deu aos cinco anos de idade quando da exibição do longa 7 Faces of Dr. Lao de George Pal de 1964. Frequentemente exibido na TV brasileira na década de oitenta, o filme narrava a história de um velho homem chinês que viajava de cidade em cidade com seu circo itinerante, composto por atrações fantásticas e misteriosas. Com seu jeito peculiar de agir, o Dr. Lao do título promoveu um alvoroço numa pequena localidade do Arizona, apresentando uma visão de mundo diferente para os habitantes, a qual defendia que as aparências nem sempre é o que contavam. Anos se passaram e a paixão pelo mundo da Sétima Arte aumentou com o tempo, e ao mesmo o gosto foi ficando mais apurado e refinado, abrindo-se para produções de outros pólos cinematográficos, fora da indústria de Hollywood.
Até meados de 2010, o falar sobre cinema se resumia a comentar com amigos resenhas feitas por jornalistas de renome no país, como Rubens Ewald Filho, Ana Maria Bahiana, Pablo Vilaça e Isabela Boscov. Foi quando em março do citado ano, inspirado no blog pessoal de um amigo, Gilvan Martelo — responsável pelo ótimo Enigma do Martelo, que nasceu o desejo de produzir algo do gênero, que funcionasse como uma revista eletrônica contextualizada, reunindo em um mesmo local: críticas; atualidades; curiosidades e comentários sobre o mundo da Sétima Arte — com toda a sua grandiosidade. Assim surgiu o Oivalf (anagrama de Flávio), um blog pessoal contendo um pouco sobre tudo o que antes apenas comentava nas rodas de cinéfilos. Inicialmente centrando-se em produções mais antigas, a página passou por diversos estágios até chegar ao formato que almejava e paralelamente foi atraindo a atenção de conhecidos e desconhecidos. Em agosto de 2011, já completamente personalizada, surgiu a oportunidade de concorrer com diversos trabalhos de todo o país ao Top Blog 2011, uma premiação voltada para a blogosfera. (continue lendo...)
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