Talvez seja a ampla expectativa criada em torno da estréia de Os Vingadores (The Avengers, 2012) a responsável pelo resultado mediano da grande produção Thor (idem, 2011). Sem dúvida que o longa teve uma produção digna de verdadeiro arrasa-quarteirão, mas a história morna e a ausência de ao menos uma cena de grande impacto impediram que a primeira parte da franquia causasse entusiasmo nos espectadores.
Funcionando como uma apresentação de um dos personagens principais do grande lançamento de 2012, assim como foi o caso de Capitão América (Captain America: The First Avenger, 2011), Thor teve o compromisso de ser um bom entretenimento, sem vontade alguma de arriscar numa ousadia e incorrer num possível fracasso. Desta forma, não foi um estrondo, mas também não resultou num filme qualquer. Podemos dizer que ficou mais parecido com um piloto de série de TV. Algo que identificamos o esmero e a seriedade, porém, constatamos que, por ser cinema, poderia ser muito mais.
Apesar de as cenas não exigirem verossímil e habilidosa interpretação dramática, o australiano Chris Hemsworth se sai bem no papel-título e consegue tirar bom proveito de todos os momentos de seu personagem. Assim, seu carisma e seu adequado tom de interpretação em cada cena tornaram-se elementos importantes para não ofuscá-lo diante da grandiosa história e do elenco com atores de peso.
Dando vida ao arrogante e poderoso filho de um cultuado rei (Anthony Hopkins), Hemsworth nos apresenta um Thor impulsivo, justiceiro e desmedido, o que leva seu pai a retirar seus poderes e bani-lo de seu planeta, condenando-o a ser um mortal no Planeta Terra. Nesta circunstância, ele conhece a pesquisadora (Natalie Portman) que defende a existência de outros mundos nos espaço intergaláctico, fazendo com que, nesse contexto, o herói caia à sua frente (literalmente) como uma boa oportunidade de provar suas teorias.
SPOILER:
O problema é que amor sugerido entre os dois fica muito forçado e não convence de forma alguma, principalmente pelo fato de que, pelo menos como ficou instaurado na montagem, Thor não passou mais que dois dias na Terra. Se fosse um flerte, mas não, o roteiro quis nos convencer daquele amor que transforma, que impacta, que enaltece, um amor que fez o grandão lutar para não destruir as criaturas que viviam ameaçando o reino de seu pai. A mudança fica mais patética ainda quando sabemos que esse exato desejo de destruição foi o motivo que levou seu heróico pai a expulsá-lo do planeta.
Talvez, a mudança se justificaria se o herói tivesse sofrido um amontoado de crises que abalassem sua razão: a expulsão de seu planeta, a perda de seus super poderes na terra (não ter conseguido levantar seu martelo foi um trauma), o fato de ter acreditado na morte de seu pai (e depois ter descoberto que foi enganado pelo irmão), a "Cisne Negro" ter sido sua primera paixão... Mas isso tudo só se instauraria com o desenvolivmento de um lado dramático para (e pelo) ator, o que não era a proposta do filme, tampouco uma habilidade de Hemsworth. Risco demais para uma produção que integra um megaprojeto.
Talvez, a mudança se justificaria se o herói tivesse sofrido um amontoado de crises que abalassem sua razão: a expulsão de seu planeta, a perda de seus super poderes na terra (não ter conseguido levantar seu martelo foi um trauma), o fato de ter acreditado na morte de seu pai (e depois ter descoberto que foi enganado pelo irmão), a "Cisne Negro" ter sido sua primera paixão... Mas isso tudo só se instauraria com o desenvolivmento de um lado dramático para (e pelo) ator, o que não era a proposta do filme, tampouco uma habilidade de Hemsworth. Risco demais para uma produção que integra um megaprojeto.
FIM DO SPOILER.
Os demais integrantes do elenco seguem a cartilha como bons atores e executam personagens dentro do esperado, sem nenhuma estrondosa interpretação. A coisa fica tão dentro do trivial que Tom Hiddleston fica entre o caricatural e o pouco expressivo, fazendo com que a ponta de Jeremy Renner se torne algo muito mais interessante que o papel do vilão. E também não posso deixar de mencionar o quão fracos são os personagens femininos, deixando evidente que Rene Russo e Natalie Portman pouco tiveram a mostrar.
Pois bem, com os personagens de Jeremy Renner e Scarlett Johansson jogados de qualquer jeito neste Thor e em O Homem de Ferro 2 (Iron Man 2, 2010), respectivamente, com os lançamentos e os resultados rasoáveis de Thor e de Capitão América, com o sucesso da triloga de O Homem de Ferro, com Mark Ruffalo assumindo o personagem de Edward Norton (ou do Eric Bana), com os links criados nas cenas pós-créditos finais de cada filme, vamos nos preparar para o grande motivo de tanta coisa: Os Vingadores!
2 comentários:
Gilvan, não gostei muito do filme, na verdade nunca fui fã do Thor, pra mim ele está duas fileiras atrás do Superman e Batman. Achei o filme meio fraco também.
Por favor dá uma lida no post Welcome lá do cineprise, citei o enigma lá , abs!
Puxa, Flávio. Que honra eu ter sido mencionado na nova fase de seu site. Muito bacana mesmo. Fiquei me sentindo "seu pai" (rsrs)! Quanto ao Thor, como eu escrevi, ele ficou mais para um piloto de série de TV, mas acho que tudo se justificou pela excepcional qualidade de Os Vingadores! Super abraço!
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