segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Quando tiramos aquela foto...

... não tínhamos idéia do que ela iria significar depois.

Eram apenas bons ou simples momentos na vida dos astros, mas  os registros se tornaram fotos raras pelo significado que algumas das pessoas das fotos têm nos dias de hoje.

Jon Voigh (O Campeão / The Champ, 1979) não imaginava que sua filhinha Angelina viria a se tornar uma das atrizes mais cobiçadas e prestigiadas do momento. Era apenas uma doce menina.
Harrison Ford, Carrie Fisher e Mark Hamill viviam momentos de glória com o sucesso da trilogia Stars Wars. O primeiro manteve-se astro, mas os outros dois não conseguiram continuar uma carreira sólida. Não me perguntem de quem se trata o restante do cast, não tive vontade de pesquisar, mas, pelos tamanhos, dá para se imaginar quais foram os papéis dos homens que estão próximos a Fisher, que tem 1,55m de altura (baixinha como a mãe Debbie Reynolds).
Don Johson era um jovem e promissor ator que só viria a experimentar um grande sucesso como protagonista de um bem-sucedido seriado de TV (Miami Vice, 1984-1990). Sua então esposa, Melanie Griffith, se tornou uma estrela, mas não conseguiu manter o prestígio. Uma mulher belíssima que, hoje, investe em plásticas e botox.
O ícone Marlon Brando concentrou-se no texto que estava escrevendo para deixar registrado um  momento de sua intimidade. Notem o gatinho branco no seu ombro.
Magrela, Brigitte Bardot (E Deus Criou a Mulher / And God Created Woman, 1956) já deveria saber que iria se tornar um dos símbolos sexuais do cinema mundial
Clint Eastwood era o bom ator de filmes de ação. Hoje, o diretor dita regras em produções com seu estilo impecável.
George Clooney deve ter vontade de destruir todos os anuários das escolas em que estudou.
A linda Jane Fonda já exibia as pernocas antes de se tornar a avassaladora Barbarella (idem, 1968).
O lendário Bruce Lee em momento de descontração
A bela Jane Seymour (Em algum lugar do passado/Somewhere in Time, 1980) deve sentir felicidade e tristeza ao ver essa foto. Ao lado do cultuado Freddie Mercury, ela deve, até hoje, ter de dar satisfação a respeito de sua roupa e de quem fez aquilo no seu cabelo.
Chaplin é Chaplin. E será que ele sabia que estava ao lado de uma mulher, de um anjo azul, de uma testemunha de acusação, de um diabo feito mulher, de uma vênus loira, dentre outros tantos títulos, que viria a se tornar uma diva do cinema?

sábado, 21 de agosto de 2010

Lembre-se de que eu te amo...

Conheço algumas pessoas que têm restrições quanto a assistir aqueles filmes feitos para TV. O que é um grande equívoco, visto que algumas produções apresentam  boas histórias, atores prestigiados e roteiros muito bem cuidados. Já relatei aqui a grata supresa que foi assistir ao filme Caroline? (idem, 1990 ), e, não por acaso, o filme teve várias indicações a prêmios importantes, inclusive o Golden Globe e o Emmy.

Há algum tempo, sem nenhuma expectativa, comecei a assistir a um filme exibido na TV aberta  que, inobstante o bonito título, soava como mais um água com açúcar feito para cobrir agenda de atores televisivos.

O filme tinha algumas premissas, além do título agradável, que me fizeram parar o zapeamento e me concentrar no desenvolvimento da história.

A protagonista era a respeitada Patty Duke, mais famosa nos Estados Unidos por causa de sua  bem-sucedida série de TV The Patty Duke Show (1963-1966) e também por ter recebido o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo seu ótimo desempenho no drama O Milagre de Anne Sullivan (The Miracle Worker, 1962). Encabeçando o elenco central, tinha também o promissor Stephen Dorff.
Joan Van Ark e Patty Duke
Dorff iniciou sua carreira ainda bem criança e conseguiu se manter com trabalhos ininterruptos até a idade adulta. É certo que o rapaz tem uma carreira irregular, mas, frequentemente, ele aparece em bons filmes ao lado de atores respeitáveis (Susan Sarandon, Sharon Stone, Johnny Depp e Benicio Del Toro, entre outros, que o digam).
Stephen Dorff
O filme título desta postagem é o sensível Lembre-se de que eu te amo (Always Remeber I Love You, 1990), que tem uma trama bastante apropriada para comover os corações.

Um adolescente de classe média norte-americana, vasculhando informações, descobre que havia sido vítima de sequestro quando criança, levando-o a constatar que não era filho biológico de seus pais. 

Sem entrar no mérito da responsabilidade de sua familia e não querendo um confronto, afinal, o amor e a dedicação que ele recebia da mãe (Joan Van Ark) e do pai (David Birney) eram inquestionáveis,  o rapaz foge de casa e parte em busca de sua verdadeira mãe (Patty Duke).

Ele tinha vagas lembranças de parques e de um outro lar que o atormentavam e que, até então, pareciam apenas sonhos confusos. Diante do novo fato, ele descobre que tinha registrado no inconsciente os bons momentos que viveu com sua família biológica, mesmo tendo sido sequestrado com apenas 2 anos de idade.
Através de pesquisas em centros de arquivos jornalísticos, ele consegue chegar até à sua família consanguínea, preferindo não se revelar. Ele se apresenta como alguém que se encontrava em viagem de férias e que pretendia um trabalho de jardineiro para se manter naquele período.

Os receios e a distância inicial são rompidos por uma delicada e sincera aproximação com a mãe, o que desperta ciúmes no outro filho do casal, também adolescente. O pai, sem muito entender, também começa demonstrar afeição pelo rapaz, mas sempre com certa desconfiança.

Para que os sentimentos ficassem ainda mais comoventes, o filme se passa às vésperas do Natal, trazendo para o jovem a seguinte dúvida: revelar a verdade à sua mãe e ficar naquele lar ou voltar para a família que o criou? 
Enquanto isso, a mãe de criação vive momentos de apreensão e angústia, temendo que o filho tivesse descoberto a verdade, podendo não aceitá-la mais como sua protetora. Para aliviar a barra dessa mãe, o filme revela, sem entrar em muito detalhes, que ela não tinha culpa direta no sequestro, uma vez que ela  e o marido, que não podiam ter filhos, "compraram" a criança sem saber a sua origem.

O que eu posso contar, sem muito revelar, é que o filme conseguiu chegar a um final razoável, tocante e cheio de emoção, estando entre aqueles que eu me surpreendi e me emocionei (e isto e difícil acontecer comigo), cabendo a Patty Duke um grande exercício de interpretação para poder chegar a um tom dramático equilibrado.

Acho que histórias de mães e filhos são para isso mesmo, visto que é o laço mais forte que une os seres-humanos.

Fica a dica para quem quiser pegar numa locadora ou esperar por uma reprise. Aviso para os mais sensíveis: haja coração na última cena!

sábado, 14 de agosto de 2010

Sleuth

Infelizmente, a refilmagem do ótimo “Trama Diabólica” (Sleuth, UK, 2007) veio direto para as locadoras aqui no Brasil. Talvez por aqueles conhecidos problemas de distribuição. Mas, ainda assim, o público poderá vibrar com o interessante jogo de gato e rato entre um marido traído (Michael Caine, ótimo) e o amante de sua esposa (o carismático Jude Law).
O novo filme recebeu o título de “Um Jogo de Vida ou Morte” e foi finalizado em dezembro de 2007, na Inglaterra. Dirigido pelo “shakesperiano” Kenneth Branagh e roteirizado por Harold Pinter (ganhador do Prêmo Nobel de Literatura em 2005), o filme é baseado na peça teatral de Anthony Shaffer, que aqui no Brasil ganhou o nome de “O Jogo do Crime”, conforme registro no SBAT (Sociedade Brasileira de Autores). Os títulos em português no cinema e no vídeo foram diferentes: “Trama Diabólica” e “Jogo Mortal”. Quanto título!!!!!! A curiosidade deste remake é que, em 1972, Joseph L. Mankiewicz dirigiu a primeira versão para o cinema com Michael Caine fazendo papel do amante, ficando o papel do marido a cargo do ilustre Sir Lawrence Olivier.
Não quero adiantar muito, mas é importante avisar que o filme é supreendente.

A história é simples e bem amarrada: um marido traído convida o amante de sua esposa para um final de semana aprazível em sua luxuosa e isolada mansão… Mas o que ele queria afinal? Bem, propor um jogo muito perigoso. Mas o amante não era tão ingênuo como o inteligente marido imaginava…

domingo, 8 de agosto de 2010

Um Bonde Chamado Desejo

Algumas fotos do filme "Um Bonde Chamado Desejo" (A Streetcar named Desire, USA, 1951), dirigido por Elia Kazan (aquele que recebeu um Oscar Honorário e teve poucos aplausos da classe artística por motivos de delação política) e baseado na peça teatral homônima de Tennessee Williams.

A personagem central é Blanche DuBois, uma mulher fina e bem criada, mas que passa por uma situação de decadência econômica e moral. A protagonista foi interpretada por Vivien Leigh, a inesquecível Scarlett O'Hara de "E o vento levou...", e teve nesse filme, mais uma vez, a chance de brilhar no cinema. O drama inicia-se quando Blanche vai visitar sua irmã Stella (Kim Hunter) que, ao contrário do restante da família, preferiu encarar os fatos e não viver de ilusão e lembranças do passado.
Ciente ou não da sua real situação financeira, Blanche continua a se comportar como uma mulher rica e não aceita o casamento de sua irmã com o grosseirão e viril Stanley Kowalski, interpretado pelo super astro Marlon Brando.
Nessa visita, Blanche acaba tendo vários embates com seu cunhado, num amontoado de alfinetadas, sarcasmos e ofensas.

Apesar da repulsa que um sente pelo outro (ela o acha pobre e vulgar, ele a considera fútil, velha e desequilibrada), a tensão sexual entre os dois é crescente.

Entre os desentendimentos e os poucos momentos aprazíveis (Stanley tinha uma turma de amigos muito divertida), Blanche fala de seu primeiro namorado, o grande amor de sua vida, de forma um pouco desconexa. No entanto, num momento de tensão, ela acaba por revelar à sua irmã que tudo terminou de forma trágica*.

Poético, amargo, duro e reflexivo como quase todos os outros textos de Tennessee Williams.

* Quando assisti ao filme, fiquei sem entender parte dos motivos que levaram a personagem de Leigh a um estado de devaneio e histeria. Posteriormente, assistindo a uma peça teatral, que teve Leona Cavalli e Milhem Cortaz nos papéis principais, entendi muita coisa, pois eles não pouparam as revelações que foram omitidas no filme.

Obs.: Existe uma versão feita para TV, tendo a talentosa Jessica Lange (sempre eficaz em papéis de mulheres histéricas), no papel de Blanche, e o canastrão Alec Baldwin, interpretando Stanley. Não entendam o uso desse termo para Alec como uma ofensa, pois eu gosto muito de atores canastrões. Particularmente, achei que a versão ficou ótima, devendo também ser conferida.