quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Efeitos para o Superman

O que torna grande um filme de super-herói?

Superman - The Movie (1978), dirigido por Richard Donner, é a prova de que um grande filme de ação nem sempre se consolida em virtude de seus efeitos especiais.

Nosso planeta está em constante evolução, temos toda sorte de tecnologia, idéias, lugares e tempos, principalmente na linguagem cinematográfica, mas o trunfo está sempre no ser humano.

Não houve somente cuidado na escalação do elenco (Marlon Brando, Gene Hackman, Glenn Ford, Phyllis Thaxter, Jackie Cooper, Valerie Perrine, Susannah York, dentre outros) e não foi por acaso que o longa recebeu um Oscar de Melhores Efeitos Visuais. Se, em alguns momentos, as projeções de fundo e os evidentes cabos de sustentação comprometeram tecnica e visualmente as cenas de voo (podendo dar-lhes a injusta classificação de “mal-feitas”), Christopher Reeve, o ator então iniciante que foi selecionado entre centenas de candidatos, legitimou cada ação com seus movimentos, sua seriedade e sua segurança nas sequências. É muito fácil se fazer cenas visualmente perfeitas hoje em dia, mas, na época do filme de 1978, se o ator não encarasse a tarefa com absoluta convicção, tudo cairia no ridículo, o que não aconteceu, graças a Reeve.

A cena do avião de Superman Returns (idem, 2006), dirigido por Bryan Singer, pode ser considerada tecnicamente ótima, pois os recursos atuais permitem maiores ousadias, no entanto, ela (a cena) está fadada ao descaso por não ter conseguido a empatia dos atores com seu maior legado: o público.

Os efeitos visuais do filme de Richard Donner foram essencialmente mecânicos e ainda impressionam pela qualidade final e ótima edição. Haja cabos de sustentação e técnica de chroma key!

Toda tecnologia de última geração nem sempre é o bastante. Talvez as montagens e projeções ao fundo sejam mais honestas e aceitáveis para um público mais exigente. Mesmo sendo filmes com ótimos efeitos, podemos perceber que Matrix Revolutions (sou fã somente do Matrix), Spider-Man (incluindo o 2 e o 3), o e até 007 - Um novo dia para morrer (o último de Pierce Brosnan como James Bond) apresentam dublês digitais que incomodam em alguns momentos.

O medíocre Spawn (alguém assistiu?) deveria ser deletado - este abusou! A trilogia do "Senhor dos Anéis" (ótima!) e King Kong, de Peter Jackson, também abusaram da C.G., mas a direção, a ótima atuação do elenco e o bom roteiro, além de outras cenas super bem cuidadas, tornaram inexpressivos quaisquer problemas de efeitos. O mesmo pode ser dito de X-Men e X-Men 2, se ocorreu falha em algum efeito (eu não percebi), não houve prejuízo aos longas, pois elenco, produção, roteiro e direção (e vejam só que ironia) foram muito eficientes. Também acredito que a evolução dos recursos digitais deixarão risíveis os resultados obtidos com o abuso da C.G. nas produções atuais. Batman - O Cavalheiro das Trevas agradou-me bastante por ter evitado o abuso de computação gráfica e também (é preciso ser repetitivo) pelo acerto na escolha do elenco.

O mesmo aconteceu com Arraste-me para o Inferno (Drag me to Hell, 2009), pois o supreendente Sam Raimi optou por utilizar mais recursos mecânicos e menos computação gráfica nas cenas de efeitos especiais, talvez para garantir um resultado ímpar na sua releitura de filmes de terror.

Talvez a comparação seja injusta, visto que Christopher se tornou um ícone na história do cinema, mas façamos um comentário sobre a atuação de Brandon Routh no papel de Superman/Clark Kent no longa Superman Returns: ele foi uma escolha razoável e desempenhou bem o seu ofício, porém não conseguiu chegar a 10% da excelente marca deixada por Christopher Reeve. Provavelmente (muito provavelmente), a culpa seja de Brian Synger, o diretor do filme, que cometeu diversos erros na obra cinematográfica; ou o diretor não se deu ao trabalho de estudar a história ou não entendeu a lógica dos filmes - supostamente “homenageados” por ele. Nada substitui um ser humano especial e, por esta razão, Brandon Routh e Kate Bosworth (linda, no entanto, uma péssima escolha) ficaram superficiais e pouco convincentes no encontro e no voo no alto do Daily Planet.

Não por acaso, o filme foi um fiasco. Se querem ver a materialização de um dos heróis mais famosos da história em quadrinhos, continuem com Superman - The Movie (1978). Ainda não conseguiram superá-lo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostei do seu blog. Ele é legal. Ah! Também tenho um, Filmes & Seriados.
http://amoserie.blogspot.com

Gostei, muito do seu blog, primcipamente esse post do superman. [y]

Gilvan disse...

Valeu, Victor Romário. Vou conhecer seu blog e te dou um retorno. Abraço.