Sam Raimi, o diretor da trilogia arrasa-quarteirão Spider-Man, deu um tempo nas incursões milionárias de Hollywood para produzir um filme mais próximo às suas origens no cinema.Com "Arraste-me para o Inferno" (Drag me to Hell, 2009), Raimi reviveu o gênero que o lançou, mostrando que sabe como ninguém assustar e fazer o público rir de si mesmo.
Foi em filmes nesse estilo que o diretor chamou a atenção dos espertos produtores de cinema, uma vez que demonstrou sua habilidade em apresentar histórias elétricas, efeitos impressionantes e uma expressiva criatividade.
A trilogia Evil Dead [A Morte do Demônio (The Evil Dead, 1981), Uma Noite Alucinante (Evil Dead 2, 1987) e Uma Noite Alucinante 3 (Army of Darkness, 1992)], todos protagonizados pelo nota 10 Bruce Campbell (foto abaixo), foi uma paixão do diretor, tanto que é bem provável que ele promova um remake do primeiro filme. E foi com esses filmes, assustadoramente trashs, que Raimi impôs seu formato de câmera rápida, movimentos loucos e cenas de impacto, mas com uma grande vantagem: o público não era enganado e não ficava naquele incômodo de não conseguir compreender o que estava sendo exibido, como acontece na infeliz franquia Transformers.
Com "Darkman - Vingança Sem Rosto" (Darkman, 1990), ele provou que podia sair do horror divertido e propor aventuras mais sérias (se é que existe isso no cinema...).
Depois de não deixar dúvidas sobre o seu talento, cheio de fama e prestígio, o grande diretor resolveu produzir um filme parecido com aqueles que o lançaram, com a diferença de ter muito dinheiro pra fazer bacana.
Não foi exatamente o dinheiro que garantiu o bom filme, posto que Raimi já conseguiu a façanha de criar pequenos clássicos nas suas épocas das vacas magras.
Partindo de um argumento simples, moça ingênua destrata uma velha que lança-lhe uma maldição, Raimi conseguiu nos envolver num filme que prende a atenção do início ao fim.
Não é nenhum clássico, tampouco um filme memorável, mas é certo de que alguns de seus momentos serão incorporados à galeria de cenas antológicas de filmes de terror. Um bom exemplo é a eletrizante cena do confronto físico da protagonista com a velha horrenda dentro de um automóvel.
O diretor queria a gracinha da Ellen Page (Juno) como a atriz principal, mas conflitos de agendas fizeram a garota recusar o filme. Sorte nossa que tivemos o prazer de desfrutar da ótima performance da bonitinha Alison Lohman, de "Peixe Grande" (Big Fish, 2003) e "Os Vigaristas" (Matchstick Men, 2003), que foi escalada para assumir o posto da heroína.
Partindo de um argumento simples, moça ingênua destrata uma velha que lança-lhe uma maldição, Raimi conseguiu nos envolver num filme que prende a atenção do início ao fim.
Não é nenhum clássico, tampouco um filme memorável, mas é certo de que alguns de seus momentos serão incorporados à galeria de cenas antológicas de filmes de terror. Um bom exemplo é a eletrizante cena do confronto físico da protagonista com a velha horrenda dentro de um automóvel.
O diretor queria a gracinha da Ellen Page (Juno) como a atriz principal, mas conflitos de agendas fizeram a garota recusar o filme. Sorte nossa que tivemos o prazer de desfrutar da ótima performance da bonitinha Alison Lohman, de "Peixe Grande" (Big Fish, 2003) e "Os Vigaristas" (Matchstick Men, 2003), que foi escalada para assumir o posto da heroína.
Ao seu lado, revelando-se um ator que está melhorando a cada trabalho, temos o equilibrado Justin Long, que encarna um sujeito comum, sem grandes atrativos, mas verdadeiramente convincente.
Apesar do bom par central, o destaque mesmo fica por conta da composição tresloucada de Lorna Raver, que interpreta uma velha feia e furiosa capaz de arrepiar qualquer bom cristão.
O filme é claramente armado pra te pregar grandes sustos, empregando um intervalo incômodo antes das cenas de impacto. Aquele silêncio, aquela pausa, aquele alívio, mas só para o personagem, pois nós, espertos espectadores de filmes de terror, sabemos bem que é só um preparativo para um grande estrondo. O pior é que sabemos exatamente que isso irá acontecer, nos preparamos e assustamos assim mesmo.
Outro trunfo do filme é a economia em efeitos especiais de computador, algo que tem se tornado o único recurso de certas produções. Talvez por respeito às suas produções iniciais, ou por gosto próprio, Sam Raimi optou pelos jogos mecânicos para nos mostrar o visual assustador do longa.
Outro trunfo do filme é a economia em efeitos especiais de computador, algo que tem se tornado o único recurso de certas produções. Talvez por respeito às suas produções iniciais, ou por gosto próprio, Sam Raimi optou pelos jogos mecânicos para nos mostrar o visual assustador do longa.
Existe algo abominável no filme, uma coisa que me recuso a dar pistas, mas que me fez entender as críticas agressivas que "Arraste-me para o Inferno" sofreu por certa parte do grande público. Confesso que eu também me senti traído, embora muita coisa indicou que aquela situação iria ocorrer, mas ele (o diretor) bem que podia ter nos enganado pelo contrário. Não estão entendendo nada, não é? Pois é, é porque eu não quero ser claro mesmo.
Há possibilidade do enredo cruel nos deixar aflitos com o rumos dos personagens, mesmo diante da obviedade da fantasia. Eu já escrevi em outras postagens que não tenho medo de filmes de terror, somente "A Vingança do Diabo" me impressionou até hoje, é nem é um filme de grande prestígio. Com relação ao "Arraste-me para o Inferno", eu precisei buscar entrevistas com o elenco e fotos dos atores como "gente normal" para poder abrandar meu insconsciente. Eu fiquei realmente com pena daquelas pessoas... Que bom vê-los de dia e sorridentes em eventos de divulgação do filme. Vejam o semblante agradável de Lorna Raver (à esquerda) e Alison Lohman (à direita) na foto abaixo. Parecem a velha insana e a mocinha assustada do filme?
Esqueçam esse detalhe e confiram o filme, preferencialmente no cinema, e aproveitem esse intervalo de Raimi nas grandes produções, pois não sabemos se os grandes estúdios irão liberá-lo novamente para essas travessuras.
Um comentário:
Nossa. Eu já tava com vontade de ver esse filme. Então agora, com esse "serviço de utilidade pública", feito pelo colega, fiquei ainda mais interessado.
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