Os Olhos de Julia (Los Ojos de Julia, 2010)
Julia (Belén Rueda) sofre de uma doença degenerativa nos olhos e sabe que, com o passar dos anos, ficará completamente cega. Talvez pela tranquilidade emocional e a felicidade ao lado de seu compreensivo marido (Lluís Hornar), ela vinha conseguindo retardar o agravamento da cegueira. Porém, quando recebe a notícia do suicídio de Sara, sua irmã gêmea, Julia se altera e fica obsecada por esclarecimentos, o que a deixa suscetível a vicissitudes capazes de comprometer seu equilíbrio.
Mesmo ciente de que exposição excessiva e movimentos bruscos são fatores agravantes para seu problema genético, Julia, que não aceita a versão dada pela polícia, decide se arriscar e vasculhar vestígios que poderiam desvendar a morte de sua irmã. A questão é que ela não tinha ideia de que, ao empreender a investigação, ficaria à mercê de algo funesto, que fica cada vez mais aterrador, ao mesmo tempo em que sua enfermidade se agrava. Tudo termina por jogá-la num mundo obscuro, cercado de tormentas, e o pior, sem percepção para aqueles que estão à sua volta.
Mesmo ciente de que exposição excessiva e movimentos bruscos são fatores agravantes para seu problema genético, Julia, que não aceita a versão dada pela polícia, decide se arriscar e vasculhar vestígios que poderiam desvendar a morte de sua irmã. A questão é que ela não tinha ideia de que, ao empreender a investigação, ficaria à mercê de algo funesto, que fica cada vez mais aterrador, ao mesmo tempo em que sua enfermidade se agrava. Tudo termina por jogá-la num mundo obscuro, cercado de tormentas, e o pior, sem percepção para aqueles que estão à sua volta.
Sem conseguir convencer a polícia e os amigos mais próximos, ela conta com a ajuda do atencioso (e devotado) enfermeiro Ìvan (Pablo Derqui),
mas se vê acossada pela sua jovem vizinha, que insiste em relatar fatos sinistros que aconteciam no apartamento de Sara, deixando Julia ainda mais confusa.
O filme transmite bem as sensações de medo e dúvidas vivida pela personagem, acertando no tom sombrio dos cenários, nas cenas corretamente enquadradas e no fechamento de câmera no rosto da atriz. Um recurso criativo bem empregado no filme é o de não mostrar, a partir do agravamento da doença de Julia, o rosto dos demais atores que contracenam com Rueda, objetivando imprimir um sentimento de incerteza e apreensão nos espectadores, de forma a nos aproximar do estado de Julia. Os enquadramentos são ajustados para manter os outros atores de costas, mostrados do busto para baixo ou com o rosto encoberto pelas sombras.
As cenas em que Belèn Rueda, enxergando, precisa fingir que nada vê para não ser assassinada - notem as expressões da atriz - são de um apurado trabalho estético, conseguindo criar imagens que nos aproximam da apreensão da personagem.
Os Olhos de Julia tem produção executiva de Guillermo del Toro e, talvez por este motivo, traz alguns expedientes similares àqueles utilizados no filme O Orfanato (El Orfanato, 2007), também produzido pelo cineasta e também protagonizado por Belén Rueda; e repetidos, posteriormente, em Mama (idem, 2013).
Boa interpretação da bela atriz espanhola e bom impacto nas revelações do terceiro ato.
Um comentário:
Fala Gilvan,
gostei muito do dois, O Olhos de Julia e O Orfanato, a Belén Rueda é uma atriz que torna suas personagens bastante críveis, cheia de expressões e nuances diversificados.PS: Ótimo seu texto!
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