sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Quem tem medo de Kathy Bates?


Na foto acima, após usar uma marreta para quebrar o pé do seu escritor favorito, a desequilibrada Anne Marie Wilkes (Kathy Bates) murmura de forma doce e poética: "Ah, meu Deus! Eu te amo tanto!", enquanto o homem urra de dor e agonia. Uma cena e tanto!

Lembro-me de que, no ano em que Kathy Bates recebeu o Oscar de Melhor Atriz, alguns filmes só entravam em cartaz no Brasil após a Cerimônia de Premiação. Acho que foi o caso de Louca Obsessão (Misery, 1990), pois algumas pessoas comentaram que não sabiam quem era aquela atriz que subiu ao palco para receber o prêmio. Quem conferiu o trabalho de Bates no filme em questão, um significativo exemplar de suspense dirigido por Rob Reiner, entendeu perfeitamente a razão de a atriz ter levado o prêmio. Seu desempenho foi impecável e, por conseguinte, o reconhecimento mais do que merecido. Vivendo um papel complexo, a ex-enfermeira Anne Marie Wilkes, a atriz soube apresentar os vários estados de humor de sua personagem (apatia, candura, felicidade, ferocidade, amargura etc.) com convicção e dosagens corretas, nunca incorrendo no exagero ou no estereótipo de psicopatas. A parceria com James Caan, de Licença para Amar até a Meia-Noite (Cinderella Liberty, 1973), foi muito bem sucedida, rendendo bons momentos de debates, "galanteios" e confrontos. Também no elenco desse ótimo filme, ainda que num papel pouco expressivo, temos a honra de poder (re)ver Lauren Bacall, de Teu nome é mulher (Designing Woman, 1957).

A história tem um enredo (aparentemente) simples: passando por uma cidadezinha isolada, que sofria uma nevasca, um escritor de sucesso sofre um acidente de carro e é socorrido por uma ex-enfermeira que o leva para sua casa, sabendo que poderia cuidar dos ferimentos da vítima. Quando ela descobre que está diante do autor dos livros que tem a personagem Misery (daí o título original do filme), a heroína preferida da solitária mulher, ela mal consegue conter sua alegria. O problema é quando ela lê alguns manuscritos e descobre que o autor iria encerrar a série com a morte da personagem. Então ela resolve fazê-lo prisioneiro a fim de que ele reescreva a história, logicamente de outro jeito. Inicia-se então o grande duelo de argumentos entre um inteligente escritor e sua fã ensandecida.
.

Hoje, Bates tem grande projeção no cinema e vem acumulando excelentes trabalhos ininterruptamente. Um filme que tem seu nome nos créditos já ganha um ponto de credibilidade, pelo menos nas cenas em que a atriz aparece (lembram-se de Diabolique - idem, 1996?). Se quiserem conferir outra ótima atuação de Bates, assistam Eclipse Total (Dolores Claiborn, 1995), onde ela faz um bom dueto com Jennifer Jason-Leigh.

No sarcástico e amargo As Confissões de Schmidt (About Schmidt, 2002), a atriz surpreende como uma ex-hippie (se é que existe ex para isto) que assedia descaradamente o personagem de Jack Nickolson (que dá um show neste filme), incorrendo no absurdo de aparecer completamente nua. Ela realmente se adentra nas suas personagens...

Atualmente, assim como outros grandes nomes do cinema, a atriz tem trabalhado em seriados televisivos concomitantemente aos seus papéis no cinema.

Após uma participação agradável entre os anos de 2010 e 2011 na série The Office (2005-2012), Bates tem se dedicado com vigor ao seriado Harry's Law (2011-2012), no qual ela protagoniza uma advogada experiente que, após ser demitida, resolve abrir um escritório não muito convencional. Por este papel, a atriz foi indicada ao Emmy, na categoria de Melhor Atriz em Série Dramática.


2 comentários:

Gustavo Campos disse...

eu ja vi um post desse filme aqi no seu blog! alias, esse filme foi pra minha lista de qerência por sua causa!!

Gilvan disse...

Eu atualizei as informações, Gu.