sábado, 27 de outubro de 2012

A Entidade (Sinister, 2012)




O público que gosta de filmes de terror está sempre esperando por alguma produção que rompa o senso comum e inicie uma nova safra de filmes vigorosos e empolgantes.

Foi assim com o novo clássico O Chamado (The Ring, 2002), o surpreendente Os Outros (The Others, 2001), o sarcástico Pânico (Scream, 1996) e o esculhambado  A Bruxa de Blair (Blair Witch Project, 1999), além dos clássicos que se solidificaram na galeria de memoráveis filmes de terror como O Exorcista (The Exorcist, 1973) e Os Inocentes (The Innocents, 1961).

O que esses filmes fizeram? Ora, causaram impacto e tiveram o mote copiado por diversas outras produções na sequência.



Ao assistir ao trailer e ler as resenhas de A Entidade (Sinister, 2012), pensei que estaria diante de mais uma mesmice do gênero, mas eu me enganei. O filme não se encaixa nesse amontoado de produções que mostram sangues e gritos, pensando que isso é o bastante para o terror, pelo contrário, existe uma proposta atraente e um bem elaborado trabalho com as imagens. Porém, não vai muito além disso, principalmente quando constatamos que, após o segundo ato, muitas cenas foram armadas para tão somente assustar deliberadamente a plateia.

Apesar do bom argumento, a falha na estratégia de envolvimento do público com os segredos da trama, o trabalho irregular de continuidade, como também as cenas muito explícitas do terceiro ato, foram o bastante para naufragar algo que parecia promissor.



Ficou faltando aquele elemento que leva o espectador pelo mesmo caminho de dúvida e apreensão do protagonista. É lógico que, na ilha de edição, um filme precisa ter cenas movidas ou removidas, porém, os pulos de situações e a sensação de repetição de algum momento prejudicaram esse gradativo e importante envolvimento do público com as sequências. Ou seja, mal resultado na edição e montagem do longa (ou roteiro mal escrito mesmo, vai saber...)

Um escritor (Ethan Hawke), que se tornou famoso com seu primeiro livro de mistério, pretende vasculhar uma trágica história para sentir novamente o gosto do prestígio e do sucesso com mais um trabalho. Dez anos se passaram e o ambicioso pai de família, com filhos, esposa e contas a pagar, não consegue mais emplacar alguma obra no mundo literário. Certo de que a linha de trabalho do seu único best-seller, pautado na investigação de um polêmico assassinato, ainda tinha fôlego para reavivar sua carreira, o homem não hesita em se mudar com sua família para a casa onde ocorreram mortes violentas e ainda não esclarecidas.


Sem contar para sua esposa que aquele local era o ambiente em que quatro membros de uma família foram encontrados enforcados numa árvore da propriedade, ele inicia seu trabalho de pesquisa, organização de arquivos e redação, pensando que o lugar da tragédia poderia potencializar sua inspiração (ou mesmo ser contado no livro como um ato de coragem e estilo). No entanto, como os assassinatos, que tinham o agravante do desaparecimento de uma garotinha, possuiam algo muito mais sinistro do que a polícia local tinha apurado, o escritor descobre que havia cometido o maior erro de sua vida ao se mudar para aquela casa inóspita.

Barulhos estranhos, pesadelos do filho madrugada adentro, desenhos estranhos da meninha do casal e algumas trovoadas são os clichês bem vindos para esse tipo de filme, porém, quando a história não se sustenta, acaba se tornando uma mera artimanha.

Ethan Hawke, o jovem promissor do divertido Que Garota, Que Noite (Mystery Date, 1991), o talentoso ator de Antes do Amanhecer (Before Sunrise, 1995), o indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por Dia de Treinamento (Training Day, 2001), demonstra sinais de cansaço que não parecem se concentrar somente no trabalho de interpretação, o que nos entendia ainda mais, dispensando-nos da contagiante tarefa de torcer pelo protagonista.


Alguns dias depois de ver esse filme, a gente até pensa que a história é bacana e que se tivessem melhorado aquela cena, ou se tivessem trabalhado aquele recurso, ou se tivessem eliminado os fios soltos, ou se tivessem se empenhado no roteiro, ou se... Mas essas coisas não aconteceram, então, o estrago já está feito.

Apesar das (poucas) decepções, considerando que o filme está acima de outros recentes exemplares da categoria, eu recomendo uma sessão (em casa).





domingo, 21 de outubro de 2012

Mulheres Guerreiras do Cinema

Não mexam com essas garotas, pois elas são muito mais fortes que muitos heróis de filmes de ação.



Kate Beckinsale, a combativa vampira Selene que, para proteger seu amado, desafia sua própria raça e trava uma batalha com lobisomens. Anjos da Noite: Underworld (2003),  Anjos da Noite: A Evolução (2006). Anjos da Noite: A Rebelião (2009) e Anjos da Noite: O Despertar (2012).





Jodie Foster, a radialista Erica Bain que, após perder seu namorado num ataque de gangues, sai às ruas pelas madrugadas, fazendo justiça com as próprias mãos.  Valente (The Brave One, 2007)




Milla Jovovich é a bela Alice, uma jovem vítima de várias experiências biogênicas, que torna-se uma máquina humana de combate contra uma megacorporação. Resident Evil: O Hóspede Maldito (2002),  Resident Evil: Apocalipse (2004), Resident Evil 3: A Extinção (2007), Resident Evil 4: Recomeço (2010) e Resident Evil 5: Retribuição (2012).




Jennifer Garner, como a furiosa Elektra,  uma jovem que usa seu rigoroso  treinamento de ninjutsu para vingar a morte de seu pai e combater fortes inimigos. Elektra (idem, 2004)


Carrie-Anne Moss é Trinity, uma mulher ágil que combate um sistema artificial capaz de manipular a mente das pessoas, o Matrix, usando vários conhecimentos técnicos e sua habilidade para lutas para conduzir as pessoas de volta à realidade. Matrix (1999), Matrix Reloaded (2003) e  Matrix Evolution (também 2003).

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Quem tem medo de Kathy Bates?


Na foto acima, após usar uma marreta para quebrar o pé do seu escritor favorito, a desequilibrada Anne Marie Wilkes (Kathy Bates) murmura de forma doce e poética: "Ah, meu Deus! Eu te amo tanto!", enquanto o homem urra de dor e agonia. Uma cena e tanto!

Lembro-me de que, no ano em que Kathy Bates recebeu o Oscar de Melhor Atriz, alguns filmes só entravam em cartaz no Brasil após a Cerimônia de Premiação. Acho que foi o caso de Louca Obsessão (Misery, 1990), pois algumas pessoas comentaram que não sabiam quem era aquela atriz que subiu ao palco para receber o prêmio. Quem conferiu o trabalho de Bates no filme em questão, um significativo exemplar de suspense dirigido por Rob Reiner, entendeu perfeitamente a razão de a atriz ter levado o prêmio. Seu desempenho foi impecável e, por conseguinte, o reconhecimento mais do que merecido. Vivendo um papel complexo, a ex-enfermeira Anne Marie Wilkes, a atriz soube apresentar os vários estados de humor de sua personagem (apatia, candura, felicidade, ferocidade, amargura etc.) com convicção e dosagens corretas, nunca incorrendo no exagero ou no estereótipo de psicopatas. A parceria com James Caan, de Licença para Amar até a Meia-Noite (Cinderella Liberty, 1973), foi muito bem sucedida, rendendo bons momentos de debates, "galanteios" e confrontos. Também no elenco desse ótimo filme, ainda que num papel pouco expressivo, temos a honra de poder (re)ver Lauren Bacall, de Teu nome é mulher (Designing Woman, 1957).

A história tem um enredo (aparentemente) simples: passando por uma cidadezinha isolada, que sofria uma nevasca, um escritor de sucesso sofre um acidente de carro e é socorrido por uma ex-enfermeira que o leva para sua casa, sabendo que poderia cuidar dos ferimentos da vítima. Quando ela descobre que está diante do autor dos livros que tem a personagem Misery (daí o título original do filme), a heroína preferida da solitária mulher, ela mal consegue conter sua alegria. O problema é quando ela lê alguns manuscritos e descobre que o autor iria encerrar a série com a morte da personagem. Então ela resolve fazê-lo prisioneiro a fim de que ele reescreva a história, logicamente de outro jeito. Inicia-se então o grande duelo de argumentos entre um inteligente escritor e sua fã ensandecida.
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Hoje, Bates tem grande projeção no cinema e vem acumulando excelentes trabalhos ininterruptamente. Um filme que tem seu nome nos créditos já ganha um ponto de credibilidade, pelo menos nas cenas em que a atriz aparece (lembram-se de Diabolique - idem, 1996?). Se quiserem conferir outra ótima atuação de Bates, assistam Eclipse Total (Dolores Claiborn, 1995), onde ela faz um bom dueto com Jennifer Jason-Leigh.

No sarcástico e amargo As Confissões de Schmidt (About Schmidt, 2002), a atriz surpreende como uma ex-hippie (se é que existe ex para isto) que assedia descaradamente o personagem de Jack Nickolson (que dá um show neste filme), incorrendo no absurdo de aparecer completamente nua. Ela realmente se adentra nas suas personagens...

Atualmente, assim como outros grandes nomes do cinema, a atriz tem trabalhado em seriados televisivos concomitantemente aos seus papéis no cinema.

Após uma participação agradável entre os anos de 2010 e 2011 na série The Office (2005-2012), Bates tem se dedicado com vigor ao seriado Harry's Law (2011-2012), no qual ela protagoniza uma advogada experiente que, após ser demitida, resolve abrir um escritório não muito convencional. Por este papel, a atriz foi indicada ao Emmy, na categoria de Melhor Atriz em Série Dramática.


sábado, 6 de outubro de 2012

Cartazes em Cartoon















 Brinquedo Assassino, 1988
 Blade Runner: O Caçador de Andróides, 1982
 O Exterminador do Futuro, 1980
 O Quinto Elemento, 1997
 O Planeta dos Macacos, 2001
 Os Fantasmas se Divertem, 1988
 Batman: O Retorno, 1992
 Hellboy, 2004
 Freddy vs. Jason, 2003
 The Rocky Horror Picture Show, 1975
Os Caçadores da Arca Perdida, 1981


Cartazes criados pelo ilustrador canadense Ïve Bastrash. Desenhista desde criança, em seu site, ele se mostra fascinado pela cultura pop e apresenta um estilo que mescla a arte da Pixar com os traços de Genndy Tartakovsky, o criador de “Samurai Jack”.

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