terça-feira, 6 de abril de 2010

A Incrível Kathy Bates

Na foto acima, após usar uma marreta para quebrar o pé do seu escritor favorito, a desequilibrada Anne Marie Wilkes (Kathy Bates) murmura de forma doce e poética: "Ah, meu Deus! Eu te amo tanto!", enquanto o homem urrava de dor e agonia. Uma cena e tanto!
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Lembro-me de que, no ano em que Kathy Bates recebeu o Oscar de Melhor Atriz, alguns filmes só entravam em cartaz no Brasil após a Cerimônia de Premiação. Acho que foi o caso de "Louca Obsessão" (Misery, USA, 1990), pois algumas pessoas comentaram que não sabiam quem era aquela atriz que subiu ao palco para receber o prêmio.
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Quem conferiu o trabalho de Bates no filme em questão, um significativo exemplar de suspense dirigido por Rob Reiner, entendeu perfeitamente a razão da atriz ter levado o prêmio. Seu desempenho foi impecável e, por conseguinte, o reconhecimento mais do que merecido. Vivendo um papel complexo, a ex-enfermeira Anne Marie Wilkes, a atriz soube apresentar os vários estados de humor de sua personagem (apatia, candura, felicidade, ferocidade, amargura etc.) com convicção e dosagens corretas, nunca incorrendo no exagero ou no estereótipo de psicopatas. A parceria com James Caan (de "Licença para amar até a meia-noite" e outros sucessos) foi muito bem sucedida, rendendo bons momentos de debates, "galanteios" e confrontos. Também no elenco desse ótimo filme, ainda que num papel pouco expressivo, temos a honra de poder (re)ver Lauren Bacall ("Teu nome é mulher").
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A história tem um enredo (aparentemente) simples: passando por uma cidadezinha isolada, que sofria uma nevasca, um escritor de sucesso sofre um acidente de carro e é socorrido por uma ex-enfermeira que o leva para sua casa, sabendo que poderia cuidar dos ferimentos da vítima. Quando ela descobre que está diante do autor dos livros que tem a personagem Misery (daí o título original do filme), a heroína preferida da solitária mulher, ela mal consegue conter sua alegria. O problema é quando ela lê alguns manuscritos e descobre que o autor iria encerrar a série com a morte da personagem. Então ela resolve fazê-lo prisioneiro a fim de que ele reescreva a história, logicamente de outro jeito. Inicia-se então o grande duelo de argumentos entre um inteligente escritor e sua fã ensandecida.
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Hoje, Bates tem grande projeção no cinema e vem acumulando excelentes trabalhos ininterruptamente. Um filme que tem seu nome nos créditos já ganha um ponto de credibilidade, pelo menos nas cenas em que a atriz aparece (lembram-se de "Diabolique"?). Se quiserem conferir outra ótima atuação de Bates, assistam "Eclipse Total" (Dolores Claiborne, USA, 1995), onde ela faz um bom dueto com Jennifer Jason-Leigh.
Kathy Bates

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