Após passar anos internado em um hospital psiquiátrico, pelo fato de ter sido acusado do assassinato de seus pais, o jovem Tim obtém a liberdade e é recebido com carinho por Kaylie, sua bela irmã gêmea. A moça não somente acredita na inocência do irmão, como também se mostra determinada a provar sua inocência, elaborando um intrincado plano para revisitar o momento da tragédia. Assim, a obstinada heroína leva o rapaz de volta à antiga mansão em que moravam e empreende sua estratégia para despertar a maldição vinda de um espelho adquirido numa loja de raridades pelos seus pais.
Até parece que é bom, mas O Espelho (Oculus, 2014), seguindo a linha do terror técnico e fácil, concentra-se em cenas armadas para assustar (que nem sempre funcionam) e em outras criadas para chocar, afinal, não é sempre que vimos alguém mastigando vidro acidentalmente. Ademais, o raso argumento de uma peça que pode ser um portal para o lado negro já foi exaustivamente usado em produções do gênero. Acontece também que pouco é construído para que o medo se instaure de forma eficiente, visto que situações e personagens não são desenvolvidos sem os habituais clichês dos filmes de terror.
Só tem coisa ruim?
Não.
Só tem coisa ruim?
Não.
O mérito fica por conta do bom entrelaçamento feito entre as cenas do passado e as do e presente, fazendo com que, por meio de uma sequência não linear, o público entenda o que aconteceu na ocasião da morte dos pais e qual o efeito disso no momento atual, sem necessidade de isoladas situações de flash-back. Assim, destaque para o trabalho de edição de cenas e para o desempenho da dupla de atores na fase jovem, a ruiva bonitinha Karen Gillan, de Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy, 2014), e o promissor Brenton Thwaites, de Malévola (Maleficent, 2014). Não se pode deixar de considerar a sinceridade cênica dos atores infantis, a menina Annalise Basso e o garoto Garret Ryan, e a firmeza da talentosa Katee Sackhoff, que também se sai bem como a mãe que enlouquece gradativamente.
Quanto ao espelho, torça para que ele se quebre logo e abrevie o final de uma história tão pouco inspirada.
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