quinta-feira, 25 de julho de 2013

Os Escolhidos (Dark Skies, 2013)


Uma típica família norte-americana passa a ser perturbada por estranhos fenômenos, levando-a a acreditar que um de seus membros está prestes a ser abduzido.

Filmes sobre extra-terrestres nem sempre me entusiasmaram, pois as histórias são muito parecidas e, a partir de um determinado ponto, quase todos os longas recorrem a uma solução exagerada ou, considerando os argumentos utilizados no filme, pouco convincente. Ou caminha para uma ameaça paulatina que se transforma num grande ataque, ou a explicação fica rasa e termina numa única cena de impacto.

Este Os Escolhidos (Dark Skies, 2013) segue a linha de pessoas comuns que têm sua rotina invadida por misteriosos acontecimentos e que precisam superar suas fragilidades para combater uma força maligna.


Com problemas financeiros e dificuldade de relacionamentos com os filhos, o jovem casal Barret volta a sua atenção para o filho mais novo, uma criança de 6 anos, que passa a apresentar um comportamento sinistro, ao passo que a residência da família é acometida de desarranjos e símbolos de uma possível mensagem alienígena.

Com esta proposta simples, o longa se mantém seguro e traz uma história coesa, fazendo com que o interesse pelo desenvolvimento cresça a cada cena. Com um elenco afiado, que traz a talentosa Keri Russel, a protagonista da famosa série de TV Felicity (idem, 1998-2002), e o sempre interessante J. K. Simmons, da trilogia de Spider-Man, o diretor Scott Stewart, que não tem muita experiência no ofício, conseguiu um bom resultado ao demonstrar que seguiu bem a cartilha do bom cinema, obtendo um filme sem delongas e pontual no fechamento.


Mesmo recorrendo a alguns clichês do gênero, existe o diferencial na escolha dos elementos que têm importância no filme e que, numa esperta jogada, são mostrados ao longo da projeção sem muito foco.

Interessante a cena em que o estudioso (e esquisito) personagem de J.K. Simmons faz uma consideração sobre o fato de aquela família ter sido escolhida pelos alienígenas para sofrer toda aquela invasão: quando um cientista escolhe um rato para fazer testes no laboratório, qual é o padrão que ele adota? Nenhuma, não é mesmo? E isto faz com que a situação fique ainda mais amedrontadora, pois, não havendo nada de especial na sua seleção, pouco importa o sucesso ou o fracasso dos experimentos. Trata-se de uma escolha aleatória, trata-se da utilização do ser como uma simples cobaia.

Anunciado sem muito alarde aqui no Brasil, o filme merece uma conferida.

Difícil não citar a falta de criatividade do título em português.



Um comentário:

Flávio disse...

Olá Gilvan, obrigado pelo elogios deixados lá no CinePrise.Pra mim o Enigma continua sendo maior fonte de inspiração. Agora, sobre Os Escolhidos, gosto moderadamente de filmes sobre alienígenas, neste universo aprecio mais a sutileza de uma ameaça ao explícito e apelativo. Creio que o medo e a tensão possam surgir mais intensamente quando a abordagem é voltada para o subentendido.