Há tempos que o cinema vinha devendo um filme à altura de um dos mais famosos heróis de história em quadrinhos. Desde que o arrasa-quarteirão Superman - O Filme (Superman - The Movie, 1978) foi lançado, a imagem de Christopher Reeve ficou associada à visão imediata que tínhamos do personagem. E parece que vai continuar por um bom tempo.
Talvez este tenha sido o problema. Tentaram o novo, mas temeram cometer alguma heresia com a franquia de sucesso. Então ficou tudo pela metade. O ícone Marlon Brandon, o Jor-Erl do blockbuster de 1978, apareceu num dispensável archive footage. O mal escolhido ator Brandon Routh, quando personificava o super-herói, passou por um trabalho digital no rosto para ter olhos azuis, furo no queixo e rosto angular. Queriam deixá-lo parecido com o Superman de Reeve? Considerando que o ator nem é tão bom assim, poderiam tê-lo trocado por outro mesmo. A cena romântica de voo do herói com a mocinha Lois Lane (a sem graça Kate Bosworth) ficou forçada e sem a poesia do trabalho de Richard Donner (o diretor de Superman - O Filme). Coitado do Kevin Space, que ficou sozinho num amontoado de desencontros.
Vindo da direção da ótima franquia X-Men (X-Men 2000; X2,2003), Bryan Singer parecia ser o nome certo para reavivar a saga do herói no cinema, porém, deixando-se levar pelo deslumbramento, seu trabalho ficou frágil, perdendo-se completamente num roteiro insosso e sem muitas possibilidades de alavancar uma sequência. Faltou luta, faltou virilidade, faltou clima com a Lois e faltou carisma para esse Superman de 2006. Não bastam ótimos efeitos especiais e rostos agradáveis na tela. Cinema é muito mais do que isso. Resultado: filme, diretor, ator principal e mocinha foram para o limbo.
Man Of Steel (2013) se propôs a resgatar a importância do herói no cinema e não mediu esforços para não incorrer nas falhas do filme anterior. O primeiro acerto foi ter assumido um novo começo, que, embora semelhante ao do filme de 1978 e, de certa forma, vinculado à consagrada história dos comics, veio carregado de cenas de grande impacto visual e de competentes interpretações de seus atores. O Jor-Erl de Russell Crowe [Uma Mente Brilhante (A Beautiful Mind, 2001)] ganhou vigor e se aventurou em boas lutas e cenas de ação, enquanto que a bela atriz israelense Ayelet Zurer (não tanto quanto Susannah York) conferiu serenidade e determinação bem dosadas para a personagem Lara Lor-Van.
E o que dizer do talentoso Henry Cavill? Nascido no Reino Unido e educado em Buckinghamshire, na Inglaterra, o ator britânico teve entre suas primeiras experiências em interpretação a peça Sonhos de Uma Noite de Verão (A Midsummer Nigth's Dream, de William Shakespeare). E foi por meio desses trabalhos em teatro que o jovem ator, então com 17 anos, chamou a atenção dos produtores do longa O Conde de Monte Cristo (The Count Of Monte Cristo, 2002), do qual foi escolhido para interpretar o personagem Albert Mondego. Antes desse filme, ele já havia atuado em Laguna (2001).
Confiante no seu porte e carisma, ele se submeteu a testes para filmes de cultuados personagens do cinema, quadrinhos e literatura, como Batman Begins (idem, 2005), tendo perdido o papel para Christian Bale, Superman - O Retorno (Superman Returns, 2006), perdendo o papel para Brandon Routh (ainda bem que ele não foi o escolhido) e, finalmente, para Casino Royale (idem, 2006), no qual foi preterido por ter sido considerado jovem para o papel. O escolhido foi Daniel Craig.
Parecia uma tremenda falta de sorte do talvez presunçoso Cavill.
Apesar de bons papéis em filmes como Imortais (Immortals, 2011) e de sua participação na interessante série televisiva The Tudors (2007-2009), Cavill ainda não tinha conseguido grandes projeções na carreira artística.
A sorte (ou o reconhecimento) veio pelo convite do prestigiado diretor Zack Snyder, que viu em Cavill a figura perfeita para personificar o atual Homem de Aço. O diretor vinha de bens sucedidos trabalhos no cinema, como 300 (idem, 2006) e Watchmen: O Filme (Watchmen, 2009) - esqueçam Sucker Punch (2011), e se revelou como uma escolha mais que adequada para dar início à nova franquia do herói. A produção Watchmen foi considerada uma das mais fieis transposições nos últimos tempos de uma história em quadrinhos para o cinema, razão pela qual seu nome foi recebido com entusiasmo pelos fãs das comics e pelos estúdios.
Outro acerto ficou por conta da contratação do experiente David S. Goyer, o roteirista da nova trilogia de Batman (Begins, The Dark Knight e The Dark Knight Rises), e do corajoso e competente Christopher Nolan, o diretor responsável por tornar um filme do herói Batman num novo clássico. Alguém tem dúvida sobre o impacto que The Dark Knight (2008) causou no cinema?
Também senti um certo pesar com o contido aproveitamento do personagem de Jonathan Kent (Kevin Costner, ótimo!), uma figura de expressiva influência na formação moral e social do filho adotivo. Parece que a seleção de cenas teve de dar uma abreviada na sequência da infância e adolescência de Clark.
Puxa vida! Será mesmo que o Super, com todo seu zelo e impetuosidade, deixaria seu pai morrer num furacão? Tentaram algo poético, sensível, mas não funcionou. Soou falso...
Por outro lado, ver o Superman matar seu inimigo quebrou parte da expressiva abnegação consagrada no herói, mas não rompeu a ideia de integridade e boa índole que seus criadores insistiram em confirmar. O diretor teve o cuidado de inserir o risco de atrocidade a humanos inocentes para mostrar que o herói, naquela circunstância, precisava ser forte o bastante para decidir se liquidava ou não seu oponente.
FIM DO SPOILER
Henry Cavill mais acertou do que falhou na sua interpretação de O Homem de Aço. O mérito está no fato de o ator ter criado o seu Superman, procurando não copiar o ícone Christopher Reeve; e isto, por si só, já libertou o ator das inevitáveis comparações. Apesar de Reeve continuar sendo a visão que tenho do herói e de entender que o estrondoso Superman O Filme (1978) é a marca definitiva na história do personagem no cinema, nada disso impede que eu me entretenha com os outros filmes e admire essa nova franquia.
Destarte, essa nova face do herói ficou bem apropriada no equilibrado Cavill. Esse mérito se deve a Zack Snyder e Christopher Nolan, diretor e roteirista, respectivamente. Não havia como fazer um filme para um determinado seguimento: público antigo, fãs de comics, adolescentes alienados, adultos sem noção etc. Em algum ponto, ainda que em pequenas doses, alguém teria de se frustrar. Então eles assumiram a inovação e partiram para o trabalho, contando a história do início e atualizando a visão que teríamos da chegada do herói nos dias de hoje. Era fácil (ou adequado) ser secreto e romântico na época de lançamento da história em quadrinhos, mas hoje vivemos uma crise de valores sem precedentes e temos acesso a informações de forma dinânica (e até perigosa). Caso não fosse revista essa maneira de integração do Super à humanidade, o produto final correria o risco de ficar por demais idílico e pouco adaptável ao público em geral, sedento por novidades na indústria cinematográfica.
Como um dos fãs incondicionais do mais famoso herói do ocidente, tenho de admitir que não foi fácil escrever este post. Cheguei até a pensar em não fazê-lo. Tudo que eu pensava parecia não ser completo (e encerro este texto ainda com esta sensação). O universo desse personagem é magnifico. Um homem forte, um homem bom, um homem justo, um homem que sempre fala a verdade, um homem que defende os inocentes, um homem que valoriza a família, um homem que pretende construir um mundo mais pacífico... Não é o que todos nós gostaríamos de ser? Não respondam...
Fui assistir no cinema os longas do Superman materializado por Christopher Reeve, e isto me fez buscar revistas, edições especiais e álbuns de figurinhas do personagem. Tudo para compreender melhor a razão de ter me sentido tão impactado pela obra. É claro que não consigo mais revisitar com a mesma intensidade o que senti naquela época. Eu era uma criança que mal sabia da existência da maldade no mundo (sério mesmo). Até então, meu herói era o Mickey Mouse. Com esse interesse, com essa busca, conheci uma legião de amigos que também têm esse apreço pelo Homem de Aço. É espetacular encontrar essa identificação.
Estamos diante de um mundo em constante avanço tecnológico, onde tudo acontece muito depressa e parece não ter mais limites. Esse aparato permite imagens cada vez mais fantásticas nas produções cinematográficas, o que, contudo, não se sustenta sem o trabalho intelectual de diretores e roteiristas, como também, sem a eficaz interpretação dos atores. A concentração exarcebada na computação gráfica nunca será o gatilho para se criar um clássico do cinema.
Resumindo a ópera: as alterações foram necessárias e eu gostei de Man Of Steel. Assim, aguardo com entusiasmo sua parte 2. Quem sabe não estamos prestes a assistir um novo clássico...
Confiante no seu porte e carisma, ele se submeteu a testes para filmes de cultuados personagens do cinema, quadrinhos e literatura, como Batman Begins (idem, 2005), tendo perdido o papel para Christian Bale, Superman - O Retorno (Superman Returns, 2006), perdendo o papel para Brandon Routh (ainda bem que ele não foi o escolhido) e, finalmente, para Casino Royale (idem, 2006), no qual foi preterido por ter sido considerado jovem para o papel. O escolhido foi Daniel Craig.
Parecia uma tremenda falta de sorte do talvez presunçoso Cavill.
Apesar de bons papéis em filmes como Imortais (Immortals, 2011) e de sua participação na interessante série televisiva The Tudors (2007-2009), Cavill ainda não tinha conseguido grandes projeções na carreira artística.
Outro acerto ficou por conta da contratação do experiente David S. Goyer, o roteirista da nova trilogia de Batman (Begins, The Dark Knight e The Dark Knight Rises), e do corajoso e competente Christopher Nolan, o diretor responsável por tornar um filme do herói Batman num novo clássico. Alguém tem dúvida sobre o impacto que The Dark Knight (2008) causou no cinema?
Houve muita especulação acerca da história e dos vilões que estariam presentes no longa. Chegaram a cogitar que o filme traria o insano cientista Lex Luthor, o andróide alien Brainic e o monstruoso Apocalipse. Lógico que ninguém pensou que esses três estariam juntos (procurem não considerar o que foi feito no final da trilogia de Spider-man...). Porém, para um novo começo, mais prudente seria escolher um inimigo que também tivesse relação com Krypton, planeta de origem do herói. E foi exatamente o que ocorreu. O inimigo tem motivos de sobra para se vingar, por ter sido derrotado e condenado por Jor-Erl (pai do Super), e tem força o bastante para se tornar uma ameaça real e destrutiva.
Banido de Krypton, o General Zod (Michael Shannon, eficiente) queria, além de se vingar do filho de Jor-El, a recuperação de seu planeta, nem que para isso precisasse abolir o Planeta Terra. E era exatamente esse seu plano, que incluía mudar a atmosfera e sacrificar todos os seres humanos. Tendo Kal-El já se estabelecido no planeta e entendido questões como altruísmo e afeto, coube a ele enfrentar a fúria de Zod e de seus comparsas, a fim de preservar pessoas inocentes e a si mesmo.
Com esse argumento, somos brindados com ótimas sequências de ação, elaboradas com o melhor das tecnologias para um perfeito acabamento visual. São naves, explosões, planetas e pessoas em perfeita sintonia com a realidade (ainda que absurda) mostrada no filme. E mais: os voos do herói ganharam mais força e veracidade.
Outro ponto positivo foi a utilização do flashback para apresentar fragmentos da vida do Superman, como Clark Kent, em SmallVille, pois isto impediu que houvesse o famoso tédio numa história contada de forma cronológica. É uma parte importante, mas sabemos que algumas pessoas vão ao cinema para ver o herói voando e lutando com a maior brevidade possível.
SPOILER:
Temos ciência de que um novo começo tem muita história para contar, e é preciso muita destreza para selecionar e organizar as cenas. Todo cuidado é pouco para evitar o comprometimento da lógica, que pode gerar os desagradáveis furos no roteiro. Neste aspecto, Man of Steel cumpriu razoavelmente a cartilha da boa edição cinematográfica. Infelizmente, o desenvolvimento apresentou falhas: pouco se viu da personalidade de Perry White (Laurence Fishburne) e nem tudo funcionou para a personagem de Lois Lane (Amy Adams). A atriz (excelente) foi prejudicada pela incapacidade de os roteiristas encaixá-la com precisão na trama, tanto que essa bela Lois Lane (loira pela primeira vez na história do cinema) foi praticamente jogada em momentos importantes do filme. Por que diabos ela foi chamada para nave de Zod? Não ficou coerente essa situação de um líder (munido com um verdadeiro arsenal) convocar a mocinha que... Não chegou a escrever sobre o herói!!!
Forçando a barra dessa maneira, o longa comprometeu bastante a interessante relação de Lois Lane com Clark Kent, que em muito se diferencia da relação da moça com o Superman; algo que, nos quadrinhos e em outras produções do cinema, gerava cenas ímpares de emoção e entretenimento. Onde já se viu a mais famosa namoradinha dos HQ's conhecer o herói já nominado com o seu futuro disfarce?
É muito legal ver a tagarela Lois Lane, que mal deixa Clark Kent falar, ficar uma seda, completamente hipnotizada, quando está diante do Superman. E isto não foi possível nesse Man Of Steel.
Banido de Krypton, o General Zod (Michael Shannon, eficiente) queria, além de se vingar do filho de Jor-El, a recuperação de seu planeta, nem que para isso precisasse abolir o Planeta Terra. E era exatamente esse seu plano, que incluía mudar a atmosfera e sacrificar todos os seres humanos. Tendo Kal-El já se estabelecido no planeta e entendido questões como altruísmo e afeto, coube a ele enfrentar a fúria de Zod e de seus comparsas, a fim de preservar pessoas inocentes e a si mesmo.
Com esse argumento, somos brindados com ótimas sequências de ação, elaboradas com o melhor das tecnologias para um perfeito acabamento visual. São naves, explosões, planetas e pessoas em perfeita sintonia com a realidade (ainda que absurda) mostrada no filme. E mais: os voos do herói ganharam mais força e veracidade.
Outro ponto positivo foi a utilização do flashback para apresentar fragmentos da vida do Superman, como Clark Kent, em SmallVille, pois isto impediu que houvesse o famoso tédio numa história contada de forma cronológica. É uma parte importante, mas sabemos que algumas pessoas vão ao cinema para ver o herói voando e lutando com a maior brevidade possível.
SPOILER:
Temos ciência de que um novo começo tem muita história para contar, e é preciso muita destreza para selecionar e organizar as cenas. Todo cuidado é pouco para evitar o comprometimento da lógica, que pode gerar os desagradáveis furos no roteiro. Neste aspecto, Man of Steel cumpriu razoavelmente a cartilha da boa edição cinematográfica. Infelizmente, o desenvolvimento apresentou falhas: pouco se viu da personalidade de Perry White (Laurence Fishburne) e nem tudo funcionou para a personagem de Lois Lane (Amy Adams). A atriz (excelente) foi prejudicada pela incapacidade de os roteiristas encaixá-la com precisão na trama, tanto que essa bela Lois Lane (loira pela primeira vez na história do cinema) foi praticamente jogada em momentos importantes do filme. Por que diabos ela foi chamada para nave de Zod? Não ficou coerente essa situação de um líder (munido com um verdadeiro arsenal) convocar a mocinha que... Não chegou a escrever sobre o herói!!!
Forçando a barra dessa maneira, o longa comprometeu bastante a interessante relação de Lois Lane com Clark Kent, que em muito se diferencia da relação da moça com o Superman; algo que, nos quadrinhos e em outras produções do cinema, gerava cenas ímpares de emoção e entretenimento. Onde já se viu a mais famosa namoradinha dos HQ's conhecer o herói já nominado com o seu futuro disfarce?
É muito legal ver a tagarela Lois Lane, que mal deixa Clark Kent falar, ficar uma seda, completamente hipnotizada, quando está diante do Superman. E isto não foi possível nesse Man Of Steel.
Também senti um certo pesar com o contido aproveitamento do personagem de Jonathan Kent (Kevin Costner, ótimo!), uma figura de expressiva influência na formação moral e social do filho adotivo. Parece que a seleção de cenas teve de dar uma abreviada na sequência da infância e adolescência de Clark.
Puxa vida! Será mesmo que o Super, com todo seu zelo e impetuosidade, deixaria seu pai morrer num furacão? Tentaram algo poético, sensível, mas não funcionou. Soou falso...
Por outro lado, ver o Superman matar seu inimigo quebrou parte da expressiva abnegação consagrada no herói, mas não rompeu a ideia de integridade e boa índole que seus criadores insistiram em confirmar. O diretor teve o cuidado de inserir o risco de atrocidade a humanos inocentes para mostrar que o herói, naquela circunstância, precisava ser forte o bastante para decidir se liquidava ou não seu oponente.
FIM DO SPOILER
Henry Cavill mais acertou do que falhou na sua interpretação de O Homem de Aço. O mérito está no fato de o ator ter criado o seu Superman, procurando não copiar o ícone Christopher Reeve; e isto, por si só, já libertou o ator das inevitáveis comparações. Apesar de Reeve continuar sendo a visão que tenho do herói e de entender que o estrondoso Superman O Filme (1978) é a marca definitiva na história do personagem no cinema, nada disso impede que eu me entretenha com os outros filmes e admire essa nova franquia.
Destarte, essa nova face do herói ficou bem apropriada no equilibrado Cavill. Esse mérito se deve a Zack Snyder e Christopher Nolan, diretor e roteirista, respectivamente. Não havia como fazer um filme para um determinado seguimento: público antigo, fãs de comics, adolescentes alienados, adultos sem noção etc. Em algum ponto, ainda que em pequenas doses, alguém teria de se frustrar. Então eles assumiram a inovação e partiram para o trabalho, contando a história do início e atualizando a visão que teríamos da chegada do herói nos dias de hoje. Era fácil (ou adequado) ser secreto e romântico na época de lançamento da história em quadrinhos, mas hoje vivemos uma crise de valores sem precedentes e temos acesso a informações de forma dinânica (e até perigosa). Caso não fosse revista essa maneira de integração do Super à humanidade, o produto final correria o risco de ficar por demais idílico e pouco adaptável ao público em geral, sedento por novidades na indústria cinematográfica.
Como um dos fãs incondicionais do mais famoso herói do ocidente, tenho de admitir que não foi fácil escrever este post. Cheguei até a pensar em não fazê-lo. Tudo que eu pensava parecia não ser completo (e encerro este texto ainda com esta sensação). O universo desse personagem é magnifico. Um homem forte, um homem bom, um homem justo, um homem que sempre fala a verdade, um homem que defende os inocentes, um homem que valoriza a família, um homem que pretende construir um mundo mais pacífico... Não é o que todos nós gostaríamos de ser? Não respondam...
Fui assistir no cinema os longas do Superman materializado por Christopher Reeve, e isto me fez buscar revistas, edições especiais e álbuns de figurinhas do personagem. Tudo para compreender melhor a razão de ter me sentido tão impactado pela obra. É claro que não consigo mais revisitar com a mesma intensidade o que senti naquela época. Eu era uma criança que mal sabia da existência da maldade no mundo (sério mesmo). Até então, meu herói era o Mickey Mouse. Com esse interesse, com essa busca, conheci uma legião de amigos que também têm esse apreço pelo Homem de Aço. É espetacular encontrar essa identificação.
Estamos diante de um mundo em constante avanço tecnológico, onde tudo acontece muito depressa e parece não ter mais limites. Esse aparato permite imagens cada vez mais fantásticas nas produções cinematográficas, o que, contudo, não se sustenta sem o trabalho intelectual de diretores e roteiristas, como também, sem a eficaz interpretação dos atores. A concentração exarcebada na computação gráfica nunca será o gatilho para se criar um clássico do cinema.
Resumindo a ópera: as alterações foram necessárias e eu gostei de Man Of Steel. Assim, aguardo com entusiasmo sua parte 2. Quem sabe não estamos prestes a assistir um novo clássico...
6 comentários:
Oi meu querido novo amigo!!! Bom, gostei muito da sua análise. Acho quenho que comentá-la por dois pontos de vista:
1- Pontos fortes e fracos de "O Homem de Aço" - O primeiro ponto que discordo, por considerar ser o símbolo do "Superman dos Novos Tempos" é o fato dele ter "deixado" o pai morrer! Acho que isso, somado ao interessante e ousado final é o retrato do novo Superman! Daquilo que ele vai representar para essa e para as próximas gerações. Acho que o personagem tem o direito de mudar, se isso é evolução ou não é uma questão de "ponto de vista", afinal ele não poderia ser como foi escrito nos anos 30/40 por várias razões. Da mesma forma que os costumes mudam, os padrões de comportamento também mudam e apesar de ser eternamente fã do Super (vide meu facebook, e imagine a minha casa) eu acho que ele tem sim que mudar... Deixar de ser "bobo" e isso, claro, com a coerência de uma roteiro. Uma coisa é um foguete cair nos anos 50 no kansas, outra é ele cair nos anos 80!!! E você sabe disso porque você também é jovem! Curti sim e muito o filme! É o melhor filme de Super Herói do mundo? Não!!! (Esse para mim continua sendo o incomparável "O Cavaleiro das Trevas"), mas é o filme do Herói que eu mais gosto! E ele ainda está lá, sincero, humilde, verdadeiro. Mas muito mais interessante e confiante! Isso eu sempre achei um tremendo "furo" no eterno estigma clark/super no sentido de um ser tão "tonto" e o outro tão insuperável! E com esse filme isso para mim está resolvido! Sim, concorgo com vocÊ que o palco foi armado e que o melhor filme com certeza será o próximo! Então serei otimista e irei ainda mais umas 2 ou 3 vezes no cinema vê-lo e depois comprarei todas as versões que sairem em Blu-Ray e torcerei para que ele renda muita grana e com isso gere todo um novo universo DC nas telas!
2 - Comparação com o "Superman o Filme" - Acho completamente "maldoso" comparar os dois filmes! Na verdade qualquer comparação que envolva algo que tem significado emocional "desonesta", pois não tem como ser imparcial! Esse é o grande ponto entre os dois filmes. Sim eu AMO os filmes antigos. Eu Tenho até uma versão importada do filme "Supergirl" lembra desse? Tem idéia como ele é ridículo??? Mas eu o amo!!! E não deixo ninguém falar mal dele! Mas isso não vai me fazer perder a oportunidade de apreciar e aprender a amar essa nova visão do meu herói favorito! Se em algum momento eu pensar no filme anterior vou começar a achar um milhão de defeitos no novo e em todos os próximos que vierem a ser feitos. Sabe porque? Por que eu o vi pela primeira vez com 6 anos de idade, junto com o meu pai, que já faleceu! Nada vai superar essa minha memória! Mas não vou viver preso a isso! São filmes diferentes e pronto! Cada um no seu estilo e dentro do que para a época foi insuperável em termos de efeitos, interpretações, roteiro e tal...
Bom, adorei o seu texto, e como fã, coloquei alguns pontos que acho importante, mas fico muito feliz de conhecer pessoas que curtem o mesmo que eu e tenho certeza que ainda vamos discutir muito esse novo filme e os próximos que virão!
Um grande abraço meu querido!
Prezado irmão, acabei de chegar do cinema! parabéns pelo texto, conversaremos amanhã sobre a minha opinião e de meu "dejavu" (rs!)
Gostei do seu texto,vc foi feliz em seus comentários.falar de super homem nos dias de hj é complicado.as mentes da geração dois mil e tantos está invertendo os valores.e um cara super certinho que usa a cueca por cima de um colant está meio que fora de moda(vide a mudança dos X-men). com relação a ser ou não um grande filme,não sei.eu gosto de heróis e pronto,sou do tempo de Spectreman,por aí vc tira.
e de mais a mais o elogiadíssimo "the dark knight" não é o primeiro filme da franquia,concorda comigo.
no mais..."favoritei" seu blog e agora vou seguí-lo.
gostei das palavras concordei com quaase td.
é não dá mesmo p/ comparar.se um guri de 6 anos assistir o filme atual e comentar daqui a 20 anos,com certeza irá comentar com palavras parecidas e vai rir dos "efeitos" especiais de 1978.
e de mais a mais, só p/ constar, "the dark knight" não é o melhor da franquia(se é que vc me entende).
valew cara.tá nos favoritos e até a próxima.
Grande Leo Vilarim, obrigado pelo comentário! Eu concordo que o segundo filme tem a chance de ser "SUPER". "The Dark Knight" superou o primeiro e se tornou uma marca definitiva de Batman para o cinema. Abraços!!!
Puxa! Grande Cícero, super obrigado pelo comentário bem aprofundado. Foi muito bacana ter esse seu retorno. Concordo com você, amigão. Acredito que foi exatamente esse dilema de não querer comparar, mas de achar que precisava comparar, que me deixou inseguro com relação ao post. Escrevo sobre outros filmes e seriados com a maior despreocupação. Vai pelos cotovelos algumas vezes. Mas falar sobre o Superman 1978 é complicado. Mas eu fui um bom espectador. Limpei minha mente e fui torcendo para que o Man of Steel fosse um filmaço. Eu gostei bastante e vou revê-lo, com certeza. Tenho meus filmes ridículos também que guardo com maior carinho e defendo-os com voracidade rs. É assim mesmo. Adorei a interpretação tenebrosa da Faye Dunaway e fiquei fã da bonitinha Helen Slater. Você acredita que até fico preocupado com fãs mais fãs do que eu - hehehe. Penso que você vai mais longe, pois eu tenho uma certa contenção. Meu primeiro trabalho numa escola de idiomas, que tinha como pauta escrever sobre um super-herói, foi dedicado a quem? Então o professor chega para mim e diz que o meu trabalho foi o melhor do semestre em todas as unidades do escola de idiomas. E acho que nem foi pelo texto em inglês, foi mais pelo trabalho de desenhos e diagramação do Superman. Vamos falar muito sobre o assunto, sim, meu amigão. Mais uma vez, valeu!!! Grande abraço!!!
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