Se fosse tomar por base somente o primeiro trailer que vi de A Última Casa da Rua (House At End Of The Street, 2012), eu não iria ao cinema assistir ao filme. O longa teve alguns teasers de divulgação, com cenas claramente adaptadas para o impacto da chamada. Desta forma, a apresentação ficou por demais confusa, levando-nos a acreditar que se tratava de uma produção de puro delírio e roteiro não linear.
O outro trailer oficial, também editado para que o público visualizasse um bom filme de terror, ficou mais claro e atraente o bastante para angariar um público adolescente e adeptos ao bom suspense com sobrenatural.
Podemos dizer, sim, que é um filme destinado ao público adolescente por causa das idades dos protagonistas, como também pelos ambientes de escola e de festinhas particulares (com bebedeiras), tendo ainda uma banda teen de garagem (a atriz principal canta). Por outro lado, não se trata de suspense com sobrenatural como o trailer procurou divulgar. O perigo é humano e o terror, psicológico.
Outro aspecto que pesou na vontade de assistir ao filme foi o elenco, que conta com a estrela em ascensão Jennifer Lawrence, de Jogos Vorazes (The Hunger Games, 2012) e com a magnífica Elisabeth Shue, mais uma vez, emprestando seu talento e beleza para uma produção.
Foi legal constatar que a história tinha um rumo diferente daquele proposto no primeiro ato, pois tudo levava a crer que a personagem Carrie-Anne, que mata brutalmente os pais na primeira cena do longa, iria atazanar a vida tranquila da protagonista. Foi mais ou menos isso, mas não foi bem isso.
Apesar da reviravolta final e das presenças de duas adoráveis atrizes, o longa não cumpre a aventada possibilidade de ser um bom filme de suspense. A relação da personagem de Lawrence com o solitário Ryan (Max Thieriot), filho do casal assassinado, soa forçada e sem muitos atrativos, enquanto que a ótima Elisabeth Shue assume um papel que não sai dos conhecidos clichês empregados para as mães americanas de filmes de suspense.
O eficiente Gil Bellows, da famosa série de TV Ally McBeal (1997-2002), faz um policial tão bobão que em nada lembra seus áureos tempos televisivos, enquanto que o fraco Max Thieriot perde a oportunidade de desenvolver um personagem dramático interessante, revelando-se um ator medíocre e sem preparo para papéis mais complexos (e olhe que o papel nem exigia tanto assim).