segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Lembranças



Alguns jovens atores alcançam o estrelato rápido em virtude de arrasa-quarteirões bem-sucedidos,  e muitos deles, aproveitando a onda do sucesso, procuram se firmar como bons atores antes que o estrondo  da fama se acabe.

Desta forma, rumam para papéis diferentes daqueles que os consagraram, buscando mostrar aos fãs e à crítica especializada que eles podem ser vistos (ou aproveitados) em outros estilos de interpretação ou em outras formas de apresentação da arte.

Foi o que pensei quando vi todo alarde em cima de "Lembranças" (Remember me, 2010), produção norte-americana dirigida por Allen Coulter, que conduziu a cultuada série "Família Soprano" (The Sopranos, 1999-2007), e estrelada por Robert Pattinson, o vampiro inexpressivo da cinessérie "Crepúsculo" (Twiligh, 2008; New Moon, 2009; e Eclipse, 2010).

O desinteresse foi tamanho que só deixei para assistir ao filme em casa, numa calma tarde de domingo, quando exibido na televisão. 

E que bom que existem esses momentos para que possamos nos redimir!



Acredito que grande parte dos especialistas em cinema ainda estão torcendo o nariz para o filme, pois, se pensarmos nas chamadas do cinema, a intenção foi mesmo a de promover Pattinson. Não por acaso, o desengonçado é um dos produtores executivos do filme.

A história está centrada no dia a dia de um jovem desajustado que rompeu com sua família após uma tragédia que se abateu sobre suas vidas. Apesar de contido, ele aceita o desafio de um amigo para seduzir a filha do policial que deu uma surra nos dois durante uma briga numa boate.



A bela garota, inicialmente invocada e arisca, cede aos encantos do rapaz e eles começam um namoro. No decorrer, o rebelde percebe que a mocinha também passava por um momento de superação, visto que ela havia perdido a mãe num assassinato cometido à sua frente. Forte o argumento, não?

Sem cair no piegas, o filme consegue mostrar  a gradativa e delicada inteiração de um jovem casal que tem dificuldades de encaixar a paixão sincera num mundo de dor e descrédito. Para piorar, havia a questão da mentira, pois a aproximação se deu  por uma irresponsável e perigosa intenção de vingança.


Interpretando o pai da moça, está o ótimo Chris Cooper, um policial rude que guarda a dor de não ter conseguido salvar a esposa de um assassino, mas que, em contrapartida, revela que seu jeito duro e pragmático é a sua maneira de proteger e amar a única filha. 



Pierce Brosnan está tão acostumado a papéis de homens sofisticados que parece conduzir o personagem do pai do protagonista num piloto automático, estando bem, como de costume, na personificação de um homem que usa o trabalho e a  projeção nos negócios como forma de não demonstrar a dor da perda. E isto é um problema, posto que o filho instável pensa em frieza e desamor, principalmente quando vê o desinteresse do pai pela  filha mais nova, um garota tímida e inteligente, interpretada com sinceridade e delicadeza pela doce Ruby Jerins.



Fechando o elenco principal, como a mocinha, temos a bela Emillie de Ravin, da série de TV Lost (idem, 2004-2010), e no papel da mãe do personagem de Pattinson, temos Lena Olin, de "A Insustentável Leveza do Ser" (The Unbearable Lightness of Bein, 1988).

Outro fator que me fez apreciar ainda mais o filme foi um item surpresa ao final. Acredito que todos se emocionam, de uma forma ou de outra, em maior ou menor grau, com um fato que abalou a opinião pública mundial. 

Sugiro uma visita a esta produção e finalizo com um registro que eu preciso fazer constar: eu não gosto de filmes (somente) românticos!
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Um comentário:

Flavio disse...

Oi Gilvan, existe um filme recente que eu considero um dos piores filmes românticos de todos os tempos: Querido Jonh. Não sei se este segue a linha do filme da Amanda Seyfried, mas...