quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

As Três Mães


Os filmes de terror dos dias atuais têm procurado, cada vez mais, causar impacto com cenas brutais, chocantes e graficamente convincentes. E o pior é que, em grande parte dos casos, o terror é entendido como a simples, longa e explícita exposição de sangue e violência.
O veterano Dario Argento, diretor do filme que será objeto desta postagem, pode dar aulas para os cineastas atuais de como criar cenas de violência que chocam e trazem agonia. Gore é com ele mesmo. O ponto positivo é que o diretor, escritor e produtor italiano abusa de situações ousadas e de cenas fortes, mas não descuida da apresentação de personagens interessantes e de uma trama inspirada. É bem verdade que, muitas vezes, beiram o absurdo, mas tudo bem...

Após 27 anos da conclusão do segundo filme, Dario Argento finalmente conseguiu completar a trilogia de "As Três Mães", iniciada com o cult "Suspíria" (Suspiria, 1977) e seguida pelo assustador "Mansão do Inferno" (Inferno, 1980). Em 2007, foi lançado "O Retorno da Maldição" (La Terza Madre, 2007). Ninguém discorda que, em termos visuais, é o mais fraco deles, notadamente em virtude do esquema ligeiro em que foi produzido e da divulgada limitação de recursos.

As três mães dos filmes são poderosas bruxas que espalham morte e terror e que perseguem suas vítimas de forma implacável. Tendo essas figuras reinado em várias ocasiões ao longo do tempo, elas possuem uma legião de adoradores do mal que as invocam para instaurar a dor, a danação e a obscenidade no mundo. Existem partes em cada um dos filmes que explicam (ou que tentam explicar) a origem das três mansões que servem de sedes para as criaturas hediondas. Contam que um renomado arquiteto italiano, sem saber da verdadeira intenção das bruxas, construiu três casas para essas entidades, uma para "Madre Suspiriorum", a mãe dos suspiros, em Friburgo, outra para "Madre Tenebrarum", mãe das trevas, em Nova York, e a última para "Madre Lacrimarum", mãe das lágrimas, em Roma.

De onde elas vieram? Por favor, não me perguntem, pois, apesar de reconhecer a importância de Dario Argento no cenário mundial de filmes de terror, não faço parte da legião que cultua o trabalho desse artista, por conseguinte, não procurei ler muita coisa a respeito de seus filmes.

No primeiro filme, que teve locações em Friburgo, na Alemanha, a Mãe dos Suspiros foi a entidade que disseminou medo e assassinatos na vida daqueles que tiveram a infelicidade de despertá-la. Apresentando uma marcante trilha sonora e um fotografia bem cuidada, Suspíria impressionou grande parte do público e se tornou um clássico para os fãs do gênero do terror. Dario Argento causou muita controvérsia com esses seus trabalhos, visto que há um excesso de mortes violentas mostradas com detalhes. As mulheres são as vítimas preferidas e quase sempre são capturadas, violadas e dilaceradas impiedosamente, fazendo com que o público se choque com a maneira forte com que o horror é exibido.

O segundo filme apresentou a Mãe das Trevas e teve uma história passada em Nova York. Com Irene Miracle e Leigh McCloskey encabeçando o elenco, a trama de "Mansão do Inferno", na minha opinião, ficou um tanto confusa, tendo comprometido o entendimento daqueles que desconheciam o filme anterior. Está certo que uma trilogia deve ser entendida no conjunto, mas o La Terza Madre, ainda que parte da cinessérie, pode ser assistido sem que o espectador sinta uma necessidade verdadeira de saber o que ocorreu nos filmes anteriores.
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Nessa última parte da trilogia, a história gira em torno de uma estudante de arte que, junto a uma colega, resolve estudar uma estranha urna encontrada nos arredores de Roma. Na manipulação, as moças, acidentalmente, trazem de volta uma das bruxas. Junto a ela, seres demoníacos e pessoas possuídas empreendem um grande caos na cidade, com direito a assassinatos brutais, luxúria, blasfêmia e sangue pra que te quero.

O que a aberração não contava era que a jovem estudante tivesse forças sobrenaturais capazes de protegê-la e de orientá-la quanto à forma de combater o mal. Até então, a garota não tinha a mínima idéia dessa sua predestinação, mas, no desespero, ela acaba procurando compreender seu poder para usá-lo contra as forças malígnas.

Há uma cena onde uma jovem tem as tripas, estômago e intestino arrancados de seu corpo e, ainda viva, é estrangulada com suas próprias vísceras... Vocês dão conta de uma coisa dessas?
Apesar de ser um filme menor de Argento e de ter sangue e vísceras expostas à exaustão (chega a ser desnecessário na maior parte do tempo), conferi-lo não é uma perda de tempo. Esqueçam o gore e divirtam-se com o fechamento de uma trilogia histórica do cinema de terror.

Além disso, o filme é protagonizado pela bela Asia Argento (filha do Diretor), que prova não estar no papel somente pelo parentesco com o idealizador, uma vez que a atriz, muito bela por sinal, tem um desempenho acima da média no filme.

A Arte de Drew Struzan

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Efeitos Visuais: Vencedores do Oscar

A constante evolução da magia do cinema
























Notem que alguns mais antigos continuam quase perfeitos se comparados a outros dos dias de hoje.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

O Conselheiro do Crime


Há alguns meses, ao sair da sala de cinema e ainda sem uma análise elaborada, pensei que O Conselheiro do Crime (The Counselour, 2013) fosse fazer um estardalhaço no público sedento por roteiros ousados e personagens marcantes, como também imaginei que haveria indicações para o Golden Globe e para o Oscar... Não aconteceu nem uma coisa e nem outra.  Até a nota no IMDb está baixa. 

Dirigido pelo voraz Ridley Scott (Blade Runner, Alien, Prometheus) e roteirizado por Cormac McCarthy, vencedor do Pulitzer e autor do romance que deu origem ao quase clássico Onde Os Francos Não Têm Vez (No Country for Old Men, 2007), o longa tinha muito para se firmar como uma das melhores produções do ano. Além disso, a produção contou com um elenco de astros de Hollywood: Michael Fassbender, Javier Bardem, Cameron Diaz, Penélope Cruz e Brad Pitt, assim como com atores de inegável talento, como Bruno Ganz, Toby Kebbel, John Leguizamo (em participação não creditada) e Rosie Perez (num papel curto, mas marcante).

Poucas vezes vimos uma Cameron Diaz tão visceral e convincente. Sua personagem certamente entrará para galeria de mulheres extraordinárias, devassas, ousadas e vagabundas (opa!) do cinema.


O longa mostra a trajetória de um advogado tranquilo (Michael Fassbender, que é o tempo todo chamado de Counselor), apaixonado por sua noiva virtuosa (Penélope Cruz - recatada e sensual), que decide entrar num arriscado negócio de tráfico de drogas, pensando tão somente na fortuna que iria ganhar. Sem avaliar todas as variáveis possíveis daquele jogo, o personagem de Fassbender, apesar de alertado por um experiente traficante (um Brad Pitt estereotipado e dispensável), aceita fazer parte do plano de entrada de cocaína pela fronteira entre o México e os Estados Unidos, pensando que poderia tão somente ganhar uma bolada e voltar para sua vida equilibrada e romântica.

Uma falha na execução da jogada e uma infeliz coincidência jurídica colocam o nobre conselheiro (e companhia limitada) na mira dos furiosos grandões do tráfico. Somente ante o desespero dos comparsas é que o ingênuo advogado percebe que aquele dinheiro não viria tão fácil e que era tarde demais para sair ileso daquele universo cruel e sanguinário. A até então segura transação se torna um inferno para o protagonista, virando de ponta-cabeça seu trabalho, seu relacionamento amoroso e sua vida social. Amedrontado e impotente, ele passa a correr desenfreadamente para entender o funcionamento do esquema de queima de arquivo. A transformação do homem elegante num ser atabalhoado é apresentada com coerência e boa dose de tensão, tendo sido adicionado elementos que aplicaram com afinco o mesmo sentimento no espectador. Sem dúvida, um ótimo trabalho do ator alemão.


Não por acaso (em virtude do roteiro de McCarthy), a estrutura e os personagens do filme em muito se assemelham aos mesmos itens de Onde Os Fracos Não Têm Vez, não obtendo, contudo, o excelente resultado do longa dirigido pelos irmãos Joel e Ethan Coen. É aquela história de um homem que se aventura em uma  ação de risco e que só percebe não ser tão forte o bastante no meio da jornada. Nos dois casos, eles foram movidos pela ambição de ganhar uma fortuna rápido. "Eu faço algo errado, ganho muito dinheiro e pulo fora". Simples assim. Este é o pensamento dos ingênuos seduzidos pelo poder temporário.  Logo no início do filme, temos uma caça apreciada pelo casal formado por Diaz e Bardem (um par exótico, colorido e despudorado), que guarda a mesma estética e função do abatimento mostrado no prólogo de Onde Os Fracos Não Têm Vez. Uma alusão ao que seria mostrado no filme: o caçador pode virar a caça.


No decorrer do filme, uma série de personagens surgem e se mostram muito mais que meras aparições, conferindo destaque e cenas de tirar o fôlego.

E por que o longa não deu certo?

A ótima fotografia, o brilhante texto e o desempenho eficiente dos atores não garantiram que o conjunto ficasse arrebatador. Talvez boa parte dos entraves tenham se concentrado nos longos diálogos do filme, que, embora interessantes (que contradição!), ficaram desconexos no contexto em que foram inseridos. Como por exemplo, o que o relato de Bardem sobre a performance pornográfica da personagem de Cameron Diaz tem a ver com o assunto tratado inicialmente pelo Conselheiro? Ao final, ele (Bardem) ainda admite que a confidência não tinha nada a ver mesmo com a questão da confiança (???). Acho que é mais ou menos isso. Não obstante, o histriônico personagem de Bardem é o que dispara as mais divertidas e inspiradas frases durante a projeção.


A conversa ao telefone (com o Conselheiro aos prantos e acuado dentro do carro) e o irônico discurso de Diaz numa cena de impacto são apenas dois exemplares da instauração segura produzida entre o roteiro e a competência dos atores. É uma pena que a concatenação de cenas tenha sido infeliz.

Apesar das considerações, pelo roteiro, pela fotografia e pelos atores, eu recomendo que o filme seja visto (e talvez até revisto), pois pessoas interessantes e texto bem cuidado nem sempre têm dado as caras no cinemão.






por Dean Norris: http://c1n.tv/tag/dean-norris/



+ 10 vezes Marlon Brando

Desta vez, fotos do ícone do cinema na companhia de pessoas que foram importantes na sua vida.

 
Com Paul Newman (Civil Rights Rally, Sacramento, 1961)

Com Montgomery Clift

Com Katy Jurado 

 Com Bob Hope

 Com Charles Chaplin

Com Martin Luther King

Com sua avó materna, Elizabeth Myers

Com Jean Simmons

Com a super estrela Marilyn Monroe

Com Grace Kelly

Outras fotos raras de Marlon Brando aqui.