quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Caroline?

A charmosa e carismática Stephanie Zimbalist é uma atriz que não tem muita projeção no Brasil, mas que, provavelmente, a maioria do público já deve ter visto algum filme com essa renomada profissional.
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Nos Estados Unidos, Zimbalist é uma atriz de grande prestígio junto ao público televisivo, no entanto, como outras estrelas norte-americanas, ela não teve nenhum trabalho no cinema que emplacou.
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Stephanie iniciou sua carreira desempenhando um papel importante no filme Yesterday's Child (1977), ao lado de atrizes consagradas como Shirley Jones e Geraldine Fitzgerald. A partir de então, a atriz atuou em vários e ininterruptos filmes, tendo destaque o bom drama "A longa viagem de volta" (Long Journey Back, USA,1978) e o suspense psicológico "A Enviada do Mal" (The Babysitter, USA, 1980).
Ela estava com sua carreira sólida quando aceitou ser a "mocinha" do seriado de TV Remington Steele, protagonizado por Pierce Brosnan, e acabou roubando muitas das cenas do até então pouco conhecido 007. O seriado, que foi intitulado "Jogo Duplo" aqui no Brasil, teve seis temporadas de sucesso durante os anos de 1982 a 1987.

Existem vários filmes de TV que podem ser citados e que servem para comprovar o talento da atriz, tais como: Elvis e a Rainha (com Don Johnson, de Miami Vice), Erros do Passado, O Assédio do Poder, Encontros Fatais (com Jennifer O'Neal, de Verão de 42), Fuga na Selva (com Julian Sands, de Encaixotando Helena), Sem Chance de Cura, Segredos do Passado (com Walter Matthau), Múltipla Identidade (com JoBeth Williams, de Poltergeist O Fênomeno), Perseguição Sem Limites e "Love on the Run" (com Alec Baldwin).
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Mas foi com o longa feito para TV Caroline? (Caroline?, USA, 1990), dirigido por Joseph Sargent, que Stephanie Zimbalist teve a oportunidade de brilhar num papel delicado e desafiador.

O filme nos traz a história de uma bela balzaquiana (Zimbalist) que chega no lar de Paul Carmichael, um velho e bondoso milionário (interpretado por George Grizzard), alegando ser sua filha Caroline Carmichael, uma garota que estava desaparecida há 15 anos. O sumiço havia ocorrido durante uma viagem a passeio, quando Caroline ainda era uma adolescente. O homem, diante da incrível semelhança e do pleno conhecimento da moça sobre peculiaridades da família, aceita aquela estranha com muita emoção e carinho. A explicação sobre o tempo ausente é respaldado por uma convincente história de problemas emocionais causados no acidente que ela havia sofrido, mas a garantia de sua aceitação acaba sendo a singularidade no comportamento e nos gestos que ela tinha de Caroline.


No entanto, Grace (Pamela Reed, de Um tira no jardim de infância), a atual esposa de Paul, desconfia de que aquela mulher recatada não é a adolescente extrovertida e inquieta que ela conhecia somente por fotos e informações. Pensando em preservar a fortuna para seus filhos, o nerd Winston Carmichael (Shawn Phelan) e a deficiente Heidi (Jenny Jacobs), Grace inicia uma série de eventos para averiguar se aquela moça era mesmo a adolescente desaparecida, chegando a promover uma festa com os antigos colegas de escola de Caroline a fim de desmascarar a possível intrusa. Ao mesmo tempo em que Grace se frustra com cada tentativa de provar que a moça é uma impostora, Caroline também comete alguns vacilos, o que poderia ser significativo ou não, visto que a garota havia sofrido uma amnésia temporária depois do acidente, no entanto, os erros, algumas vezes, nos induzem a acreditar que a madrasta poderia estar certa.
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Inobstante os desentendimentos, Caroline se mantém serena e inicia um suave processo de aproximação com seus irmãos, à medida que conquista cada vez mais seu pai adoentado.

O interessante na produção é que a trama não se resume somente à questão da moça ser ou não Caroline, sendo complementada com o envolvimento da "natimorta" com os meio-irmãos, em especial, com a Heidi, a garota que tem deficiência física e parcialmente mental, assim como com a relação de amizade com a enigmática Flora Atkins (interpretada com sutileza pela veterana Dorothy McGuire).

O desenvolvimento do filme é bem eficaz e mantém a atenção do início ao fim. Quanto ao final, só posso dizer que foi o mais acertado possível, deixando uma mensagem terna, simbólica e ambígua.

Com ótima reconstituição de época, bem produzido e tendo sido vencedor do Emmy em três categorias, incluindo Melhor Direção de Drama Produzido para TV, e indicado ao Golden Globe de Melhor Atriz em Filme Feito para TV (Zimbalist), "Caroline?" é uma produção que merece ser conferida.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O Primo Basílio - A Minissérie


Grande momento da minissérie "O Primo Basílio", exibida em 1988, baseada no romance homônimo de Eça de Queiroz e adaptado por Gilberto Braga e Leonor Bassères.


A premiada Giulia Gam, em seu segundo papel na TV, tendo a oportunidade de contracenar com a super Marília Pera. A minissérie teve muitas cenas marcantes e foi bastante ousada em alguns aspectos.


Abaixo, o momento da "Revelação das Cartas".




quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Quem é Jeff East?

É comum alguns atores mirins não conseguirem se firmar no estrelato quando adultos. Temos casos recentes de verdadeiros astros infantis que já estão sentindo o peso do ofício.

Na postagem sobre o filme “Terror Mortal” (Deadly Strangers, UK, 1974), citei a atriz Hayley Mills, que fez uma sucessão de bons filmes quando criança, mas que, depois de adulta, não conseguiu manter o mesmo prestígio.

Foi o que aconteceu com o talentoso ator Jeff East. Assim como Mills, ele protagonizou produções da Disney e fez uma série de filmes de sucesso na sua infância e adolescência. Em virtude de seu sucesso em comerciais de TV, programas adolescentes e dos próprios trabalhos como ator, ele foi, muitas vezes, destaque da famosa revista teen norte-americana Tiger Beat.

Jeff East e Phyllis Thaxter em cena de Superman (1978)
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Por ironia, a sua grande chance no cinema marcou o início do declínio de sua carreira. Jeff East interpretou o jovem Clark Kent, na fase Smallville, da mega-produção “Superman O Filme” (Superman – The Movie, USA, 1978), trabalho que lhe rendeu maior relevância junto a um público mais diversificado.

Jeff East e o ícone do cinema Glenn Ford, também em cena de Superman (1978)
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Em entrevista, Richard Donner, o diretor de Superman (1978), elogiou o trabalho de East e manifestou sua admiração pelo ator que foi selecionado entre centenas de jovens.

No entanto, East ficou muito desapontado com a decisão dos produtores ao saber que, na edição final do longa, ele seria dublado por Christopher Reeve (o inesquecível e insuperável Superman/Clark Kent na fase adulta), o que de fato aconteceu. A justificativa foi a de que East tinha a voz muito anasalada e diferente da voz bem impostada de Reeve, o que poderia trazer uma certa estranheza para os espectadores. E não foi só isso, o ator (East), que é loiro, não quis pintar seus cabelos cacheados. A opção foi o uso de uma peruca, o que também o desagradou ao ver o resultado nas telas (em algumas cenas, fica visível que o cabelo armado não é dele).

Após "Superman", podemos citar alguns (poucos) bons filmes que East participou:

"Bênção Mortal" (Deadly Blessing,USA, 1981), um dos primeiros filmes de destaque da super estrela Sharon Stone, onde East faz o papel de um religioso reprimido que morre de vontade de experimentar as boas coisas da vida.

"A Vingança do Diabo" (Pumpkinhead, USA, 1989), um filme de terror cult do especialista em efeitos especiais Stan Winston (exercitando seu lado diretor nesse longa), onde East contracena com Lance Henriksen e Cynthia Bain.

"O Dia Seguinte" (The Day After, USA, 1983), o famoso filme feito para TV e exibido nos cinemas aqui no Brasil, onde o ator aparece ao lado do ótimo Jason Robards e de outros atores de peso: JoBeth Williams, Steve Guttenberg, John Lithgow, Amy Madigan, dentre outros.

Uma boa notícia é que o ator, após um período afastado, voltou à ativa no filme de terror "Last Breath" (2008), ainda sem título em português.

Boa sorte, Jeff!

Os Bons Olhos Azuis




Paul Newman (1925 - 2008)
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O cinema se despede de um de seus grandes astros: Paul Newman. Não são muitos os atores que tiveram uma carreira tão sólida, marcada por escolhas corretas e papéis que se tornaram inesquecíveis.
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Newman teve oito indicações para o Oscar de Melhor Ator:
"Gata em Teto de Zinco Quente" (1958)
"Desafio à Corrupção" (1961)
"O Indomado" (1963)
"Rebeldia Indomável" (1967)
"Ausência de Malícia" (1981)
"O Veredicto" (1982)
"A Cor do Dinheiro" (1986)
"O Indomável - Assim é Minha Vida" (1994)
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Recebeu o Oscar de Melhor Ator por "A Cor do Dinheiro" (1986), e, por sua atuação em "Estrada para Perdição" (2002), recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Em caráter especial, foi premiado outras duas vezes com o Oscar: um em 1985, em reconhecimento do conjunto de seu trabalho no cinema, e outro em 1993, pela sua atuação junto a causas humanitárias.
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O ator faleceu com 83 anos, vítima de câncer no pulmão, em 27 de setembro de 2008.